sexta-feira, dezembro 30, 2005

passagem de ano

e tudo vai rebentar de alegria.

todo e qualquer excesso vai pecar por escasso, na noite onde os devaneios e as loucuras mais impróprias ficam bem a qualquer um só tenho um desejo mas é meu e não o dou a ninguém.

agora relativamente a certos pensamentos positivos que poderei ter em relação ao mundo devo apenas dizer que espero que o próximo ano seja melhor que este tanto ao nível de coisas fundamentais como o BENFICA ser campeão nacional como em relação a coisas de menor importância, como as guerras dos outros lá longe que no fundo estão a um mudar de canal de distância. é que a não ser que estejamos mesmo empenhados em fazer algo e que realmente o façamos é só a isso que estamos de distância da paz mundial e do descanso psicológico dessas coisas.

se no telejornal está a dar tiros e pistolas, mortos e assassínios, então mudamos para o canal história e ficamos todos contentes ao repararmos que estamos mais cultos depois de sabermos como foram os massacres durante as campanhas de napoleão(1769-1821), ou de gengis khan (1162-1226) e começamos a apreciar sobremaneira estes conquistadores.

quanto ao assassíno a.h. aí já é diferente, ainda está próximo e ainda existem sobreviventes, quando já tiverem todos mortos então sim podemos apreciar à vontade, até lá, respeito.

saudinha da boa, dinheirinho do bom e tempo para desfrutar da primeira e gastar o segundo.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

"a mãe"

estamos no natal.

e por estarmos nesta época tão bonita, tão especial, tão alvi-rubra de sentimentos tão profundos quanto fraternos, lembrei-me o quão difícil é terminar uma conversa ao telemóvel com "a mãe"

um gajo quando liga para "a mãe", normalmente é para demonstrar todo o amor e carinho que sente pela progenitora querida. e como é que se demonstra esse amor, esse carinho tão especial e tão único?pedindo tudo aquilo que nos faz falta mas que por um motivo ou por outro não nos apetece comprar ou fazer.

eu por mim, mostro todos os dias o que sinto a essa personagem vital para a existência de cada um de nós que é "a mãe", ora deixando-a ajudar-me aceitando (contrariado é certo, mas aceitando na mesma) dinheiro, comida, roupa, mobília, peixe sem espinhas, fruta descascada, pagamentos de contas em atraso e por vezes até aceito receber 2 beijos na cara (desde que não seja em público).

no entanto a parte má das conversas com "a mãe" é o final. é impossível desligar o telefone à "mãe" quando realmente se quer.

em regra quando se liga para a ditacuja, no final da chulice, perdão da conversa amiga, uma pessoa tem de repetir entre 23 a 27 vezes "vá, então beijinhos", ou "pronto, então até amanhã", é que o raio d'a mãe tem sempre um recado de última hora para dar, um último conselho, uma última dica médica, algures entre "tapa-te que está frio", "não gastes o dinheiro em porcarias" e "filho, não te metas com elas que elas fode*-te", há sempre qualquer coisa para dizer.

por isso acho que o último fôlego de "a mãe" é diferente do último fôlego de um soldado.

o soldado diz "puscas,..tenho uma coisa para te dizer...o segredo para teres tudo o que queres é .. nunca... " e morre.

"a mãe" por seu lado diria no seu último fôlego "puscas,filho, ...tenho uma coisa para te dizer... o segredo para teres tudo o que queres é .. nunca...olha antes disso, lembra-te de tomares as vitaminas e o xarope para a tosse, e não andes ao frio, olha que tu constipaste, e vê lá se páras de andar com aquela menina,já te disse que essa menina não serve para ti, ela não sabe cozinhar, não passa a ferro como deve ser, deixa sempre vincos nas calças, tu andas aí com trapos enquanto que a madame só veste roupinha do melhor, não lhe ponhas uns patins não, e depois diz que que te fo...que choras" e depois se não se lembrar de mais nada para dizer morre.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

deixar o coração falar mais alto

estou emocionado com o ressurgimento estremecedor de fatacuida neste blog que ele próprio criou, com um estilo único e onde humildemente se fala entre outras coisas da conquista do mundo num fim-de-semana (e não pode ser ao domingo).

está de volta o doce mas forte, incrivelmente hilariante mas realista, creativo mas eficaz sentido de humor mordaz mas construtivo daquele que por muitos já é apontado como o verdadeiro sucessor de jesus cristo, não só em termos de capacidades miraculosas como na criação de um visual que marca uma época.

dizer que fatacuida é essencial ao contínuo movimento de rotação da terra é pouco para quem já teve o privilégio, a benção, o toque divino das palavras de fatacuida.

por mim, devo apenas dizer "surit fatacuida" que é como quem diz...hum...bom não posso dizer, isto é fatalingua e se por acaso eu divulgasse o significado destas palavras depois teria de assassinar todas as pessoas que lessem o blog e neste momento não tenho tempo, até porque o Benfica joga hoje à noite.

como nota de despedida devo dizer que não fui obrigado de maneira nenhuma a fazer este post, faço-o do fundo do coração, sem ser sob o efeito de drogas, e não, não tenho nenhuma arma apontada à cabeça, faço-o apenas porque sei que o sucesso de fatacuida é o meu sucesso também, não é assim "maninho"?

este post nasce da fraternidade e principalmente do reconhecimento do talento de um génio.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Como evitar falhastécnicas

Como certamente já terão reparado, eu, fatacuida, ultimamente não tenho publicado posts neste blog com a regularidade habitual.

E existe uma razão muito simples para justificar esse facto. É que eu ouvi dizer por aí, que os 'posts' publicados pelo meu 'irmão' Polingua têm tido bastante sucesso. Inclusivamente, foi-me dito que ele até já tem alguns leitores assíduos e àvidos por mais posts de sua autoria.

Ai é isso que vocês querem, meus amigos? Agora o Polingua é que é bom, é? Ai é ?
Então ele que faça todos os posts, pá... Se ele é assim tão bom, então ele que escreva tudo!

De mim não esperem mais nada. Não mexo nem mais uma palha. Era o que faltava.

Quer dizer..., não sei se repararam, mas este blog entitula-se 'fatacuida'.
Por acaso vocês conseguem vislumbrar alguma referência a 'Polingua', ou lá o que é isso, no título deste blog? É claro que não...

Polingua? Mas que raio de nome é esse? P'l'amor de DEUS. É que ainda por cima é um nome que ninguém percebe, pá... enquanto que fatacuida é algo claro e perfeitamente compreensível pelos demais.

(pequena pausa para beber água e tomar mais um Xanax)

Bem, agora que já tomei a minha medicação diária, quero aqui deixar claro ao meu querido irmão Polingua, que eu estou muito contente com o seu sucesso, e que, aos poucos, até já começo a colocar de parte a ideia de fraticídio.

Agora não sei é se vai ser possível evitar pequenas falhas técnicas neste blog, que possam impedir a publicação de posts da autoria de Polingua. É claro que eu ficarei bastante aborrecido se isso vier a acontecer, mas são coisas que estão fora do meu controlo... Isso aí pá... não posso fazer nada...

Enquanto eu não receber aqui comentários de apoio e carinho aos posts publicados por mim, existirão grandes probabilidades para a ocorrência das referidas falhas técnicas. Está nas vossas mãos, meus amigos.

Deixem neste post comentários simples do género:

- 'O fatacuida tem muita piada e os seus posts são melhores que as letras de Quim Barreiros'

ou

- 'Não consigo viver sem os posts do fatacuida'

Estão a ver a ideia? Escrevam assim algo simples e verdadeiro e eu prometo que o utilizador Polingua continuará a ter acesso à publicação de posts neste blog...

é natal e eu comprei trufas

o natal está a chegar.

e com ele chegam diversos protocolos.

tomar banho mais regularmente, andar feliz por estar contente, usar antecipadamente uma ou outra prenda de natal, comprar prendas para a família mais chegada,amigos e alguns colegas de trabalho, dizer bom dia aos vizinhos, sorrir para crianças que passam por nós na rua com brinquedos na mão acompanhadas pelos pais que orgulhosamente exibem os seus petizes finalmente caladinhos.

enfim várias coisas, mas o mais difícil é sem dúvida mudar de atitude no trânsito. é que nos dias que correm o "castelo" de cada homem não é a sua casa, é o seu carro.

por isso ter o espírito natalício na estrada é complicado, só se for à beirinha da estrada, aí sim o espírito pode existir mas infelizmente normalmente não costuma (as campanhas de natal ainda não chegaram aí) o que é pena mas enfim.

dar algumas abébias no trânsito também tem de ser.
essas benesses podem ser, dar uma vez por outra prioridade às criancinhas que atravessam na passadeira, escolher uma velhota para fazer o mesmo (mas aqui é mesmo só uma velhota por natal e não pode ser uma daquelas que precise do tripé para andar porque aí porra, ninguém tem paciência para o raio das velhinhas a tremer muito a andar pouco e ainda por cima por cada passo perdem 5 minutos a acenar e a dizer obrigado,...se fossem dizer obrigado ao...) é de facto complicado.

mas tem de ser porque o natal fornicanos o bolso, faz amor com dieta de quem a quer fazer mas obriga-nos a criar amizade com os outros, os que durante o ano não nos interessam e no natal detestamos por ter de mostar interesse.

mas não há motivos para nos preoucuparnos, pois com o ano novo vem vida nova e assim sendo,...volta tudo ao mesmo.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

verbalizar a carne

ontem foi domingo.

mas ontem foi um domingo-que-começa-logo-pela-manhã ao contrário de outros que começam às 5 da tarde pós-sábado-de-rambóia, encarniçado, cheio de palavras, de tempo bom e de bom tempo, conversa boa, pois dialogar com pessoas que gostamos de
ouvir é algo sempre bom.

acordei cedo e cedo pela manhã fui até ao guincho que é um local agradável à vista. mas mais agradável é reparar que as pessoas são uns bichos engraçados, cheios de coisas únicas que se pensarmos um pouco sobre elas chegamos à conclusão que o fim do mundo não só é inevitável como não deve demorar mais do que 3 quinze dias.

uns levantam-se cedo ao domingo para irem correr, chegando a casa cansados e sem forças para fazer nada, fugindo ao stress da semana em que se levantam cedo e chegam a casa cansados e sem forças para fazer nada. outros pura e simplesmente levantam-se cedo durante o fim de semana para ir ver o mar.

por favor, vamos pensar sobre isto.
um gajo anda cansado, um gajo não tem tempo para dormir, um gajo anda com o juízo lixado, então levanta-se cedo nos únicos dias em que pode não o fazer, vai atè à praia, está frio, senta-se na areia, deita-se na areia, volta a sentar-se, fica cheio de areia, amaldiçoa o facto de estar num sítio cheio de areia, continua frio, interroga-se porque raio as praias estão cheias de areia, olha em frente, as ondas vêm, as ondas vão, as ondas vêm, as ondas vão, as ondas vêm, as ondas
vão,...algum tempo depois ... as ondas continuam a vir, as ondas continuam a ir, a areia fica, a areia fica e não sai, e ao fim de algumas horas uma pessoa vai para casa cheia de areia, com sono, cansada, com frio, moída mas mais bem disposta.que sentido é que isto faz? nenhum mas o que não faz sentido às vezes faz sentir bem.

eu fui até lá e fiz uma coisa com muito mais nexo. fui ouvir música no carro, depois a dada altura saí do carro, estava frio, voltei a entrar, ouvi mais umas músicas e vim embora.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

saber falar estrangeiro

a amizade, o dar-se bem com, é algo que pode e é mesmo demonstrado de várias maneiras. normalmente homens e mulheres diferenciam-se grandemente.

aquando numa conversa entre amigos ou gajos que simplesmente se dão bem, é normal ouvir "carinhosamente" alguém dizer "oh meu ganda boi", ou "este gajo é mesmo um filha da pu** da pior espécie", ou até mesmo "seu paneleiróid* siberiano". isto na linguagem dos machos significa que existe um bom relacionamento entre as pessoas em questão e que caso necessitem da ajuda uns dos outros ela, a ajuda, irá de facto existir.

por outro lado as mulheres tratam-se melhor, não só em termos de imagem mas também de linguagem, a mulher é sempre mais cuidadosa.

no entanto elas odeiam-se mais em quantidade e menor em qualidade. ao contrário dos homens que podem tornar-se em tipos, como direi bué tramados, malucos mesmo, só por uma simples crítica menos agradável, vide exemplo de A.H., só porque disseram que não tinha jeito para a pintura resolveu fazer amor com todo mundo!

é comum entre elas apelidarem-se de "queriduxa", "oh meu amor" ou até mesmo "lindinha". estes cognomes têm nos exemplos acima citados quanto à parte masculina os seus homólogos. a diferença aqui é que o que as mulheres querem chamar de forma realmente sentida às suas "amigas" de estimação é aquilo a que os homens chamam em brincadeira aos seus amigos de verdade, isto significa que em caso de "ajuda" ou de simples fornicação de vida alheia só porque hoje não há nada melhor para fazer (e normalmente para as mulheres nunca há nada melhor para fazer) nem que tenham de lascar uma unha para ver uma "amiga" perder uma perna, um braço e o cão só por estas terem um corte de cabelo parecido,...elas não hesitam!

tudo isto só para dizer que adorava saber falar estrangeiro só para poder falar com gente de outros sítios mas não conheço ninguém de lá e os que cá estão já não se lembram do que se fala por lá.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

evolução amor

as coisas mudam.

e quer queiramos quer não elas mudam sempre, quer seja com o tempo, com a vontade, com o falta de desejo, com um bom vinho, com um vodka qualquer, com alucinogénicos, com alta velocidade, com falta de peso, com cabedal preto, mas mudam sempre.

e isto serve para quase tudo, carros que com o desgaste começam a fazer barulhos estranhos (identificados apenas pelos sábios mecânicos que percebem e diferenciam perfeitamente o que quer dizer um rretampampantanpam de um orreeguunneemmeetampampam), all-stars que ficam melhor com esse mesmo desgaste, relações que começam com "hoje preciso de miminhos(insinuando que precisa de beijos, amaços e rambóia)" e evoluem para "hoje preciso de miminhos,...por isso vamos ao macdonalds ou então compras-me um perfume, vá!".

por exemplo, quando eu era pequenino, era um bebé giro por assim dizer, carinha engraçada, olhos claros, meio gordinho, um autêntico delírio para todas as mulheres, todas me queriam pegar ao colo.

nos dias de hoje, já não sou pequenino, nem gordinho, se me babar já não acham engraçado, se arrotar sou um cavalo, se me borrar nas calças sou um porco jabardolas, se apalpar as mamas a alguma desconhecida ela não vai dizer em tom bem humorado, "é espertalhote o rapaz, já viram esta ternurinha fez?!", antes vai gritar "ó Zé(Zé é um campeão olímpico de karaté) já viste o que este animal fez???"

hoje, não me pegam ao colo, o que é bom mas também não me deixam pegar-lhes, o que dependendo da bicicleta poderá ser ou não positivo.

já almocei e não sei porquê mas estou contente por um lado e feliz por outro.

bom, vou ouvir "um beijo à portuguesa", a ver se isto passa.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

o cão da razão existe e é o nosso melhor amigo

existem várias coisas na nossa vida que nos são caras, beijar quem nos toca, o bocejo contagioso numa conversa com alguém que gostamos (o bocejo contagioso é mesmo algo muito bom), os golos do Benfica,e por exemplo poder comprar uma caçadeira para esfodaça* aquele gajo que nos irrita solenemente com um simples e eficaz balázio na testa, enfim n coisas.

hoje apetece-me dissertar sobre a ideia sempre agradável de esmagarmos com uma bigorna nos cornos aquele gajo que nos irrita, aquele gajo que com a sua presença nos deixa mal disposto, aquele camafeo que nos faz praguejar apenas por estar nosso campo de visão, o boi, cabrã* de merd*.

o engraçado desta situação é que na maioria desses casos o desgraçado nem nos fez assim algo de tão grave quanto isso, é mais uma questão de pele. por vezes o única coisa que aquele animal fez foi o simples facto de não morrer na precisa altura em que nós ardentemente o desejámos (que é sempre mais ou menos sempre que o vemos).

e porquê este ódio?

porque aquele filho da put*, aquele cabrã* do caralh*, paneleir* de merd*, canguru mágio do boi do pai dele não passa de um estúpido do caralh*, um palhaço, um charolês d'um raio, um falso sem carácter nenhum, com a personalidade de um corta-unhas que não passa de um gajo... enfim... mau... e que me fez bué da mal,...como por exemplo naquela vez em que...hum...bom...o gajo nunca me fez mal assim a sério, mas tenho a certeza que não é por falta de vontade, apenas não fez porque eu sou muito batido e inteligente e mau e só nunca lhe fiz mal nenhum porque não calhou, porque vontade não me falta.

bom, se calhar o gajo até é porreiro mas ganha mais do que eu e isso irrita qualquer um, foda-s*!!!

feliz natal, bom ano novo e uma páscoa feliz é o que desejo (sim a toda a gente)

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Benfica 2 - 1 Manchester United

Todos sabiam que o Benfica iria ganhar ao Manchester United. Ninguém
esperava outra coisa. Foi o resultado normal. Benfica está então nos
Oitavos de Final da Champions League e colocou o Manchester United fora das
competições Europeias. O futebol está cada vez mais previsível.

quarta-feira, novembro 30, 2005

o regabofe

aconteceu ontem, o reviver de uma época que todos recordamos com entusiasmo. os exames. quer sejam da faculdade ou da secundária os exames são sempre bons de recordar.

ontem, fui fazer o primeiro exame da faculdade, técnicas quantitativas. e que bom que foi recordar a sensação, aquela sensação ------>>> de que é impossível esquecermo-nos de algo pois não há nada para lembrar.

cheguei atrasado 2 minutos e entrei na sala a falar ao telemóvel, felizmente o professor chegou atrasado 5, ou seja cheguei 3 minutos antes da hora.

aquando da entrada na sala, recebi olhares do género "olha quem é ele, o desaparecido...", mantive a postura de quem sabe o que faz e tem tudo controlado, e enquanto falava ao telemóvel na sala de aula, pedi uma caneta emprestada para poder fazer o exame. normalmente esqueço-me sempre de qualquer coisa neste tipo de coisas, já fui jogar à bola e esqueci-me dos ténis, já fui fazer o exame de Direito e não levei o Código Civíl. meros pormenores.

sentei-me e o gajo que estava ao meu lado, claramente um indivíduo nervoso com a situação, engravatado, nos seus quarentas, todo limpinho, olha para mim de modo subserviente, olhos esbugalhados, a infância na expressão facial e pergunta naquele tom com que nós fazíamos as perguntas quando éramos putos e falávamos com alguém mais velho, mais forte e mais maior grande que nós, "tu não és do primeiro ano pois não?". sorri e respondi "não...estou só a fazer esta cadeira do primeiro ano mas já sou finalista" e só não lhe passei a mão pelo cabelo porque isso seria parvo e ainda estava sujeito a levar porrada. a verdade é uma coisa tão bela que só a mentira a consegue superar e ontem sentia que o mundo precisava de beleza, portanto menti, mas não foi por mim.

mas o que interessa é que de facto quando uma pessoa tem um ar inteligente, um aspecto de quem tudo domina é natural incutir nos outros a ideia de que estamos sempre no topo, de que somos seres sapientíssimos, é claro que o facto de não irmos às aulas como toda a gente faz também ajuda mas eu quero acreditar que ele viu em mim alguém incrivelmente inteligente, ou pelo menos um bocadinho coiso.

o professor chegou, distribuiu os enunciados, recebi o meu, olhei, sorri, olhei novamente, voltei a sorrir, ganhei balanço, e interiormente comecei a dar gargalhadas. mas gargalhadas daquelas --------> grandes, algures entre a situação cómica e o desespero. mantive a calma e só entreguei o exame no final do tempo.

como não sabia nada, fiz o que me pareceu melhor. à primeira pergunta respondi "impossível", eu sei que nos testes de números e tal há sempre uma pergunta que é impossível de responder (no meu caso eram todas mas enfim) arrisquei que era esta e acho que acertei. à ultima respondi "0", a pergunta era determine K e eu determinei que K era 0, pareceu-me bem e ainda hoje acredito que K é 0. às outras limitei-me a copiar as perguntas para a folha de exame.

voltei para casa com a certeza que tudo na vida tem um significado, um valor, até o raio do K.

sexta-feira, novembro 25, 2005

brincadeira fria

gosto de ouvir música. aliás é mais que um gosto, é mais que um prazer, é uma dependência doentia que preciso para bem da minha sanidade mental.

então esta semana fui fazer uma coisa que não fazia há já algum tempo, ver uma banda que não me diz assim muito para poder falar mal à vontade e com vontade.

fui ver o concerto de uma banda que não vou referir o nome, também não é importante. o importante é que ia com "gente boa, gente simples" do não-campo. o concerto foi esta semana no pavilhão atlântico, a primeira parte foi assegurada pelos goldfrapp. da banda conhecia os singles e mais uma ou outra música. confesso que não sou grande apreciador mas tudo bem. ainda assim gosto de algumas canções.

o vocalista desta banda é um gajo loiro e de caracóis, sim perceberam bem, eu disse que o vocalista tem caracóis. a liberdade de expressão é um gaja engraçada. apresentado o cavalheiro, vou agora falar-vos da sua performance.essa foi como direi, ...peculiar. aqui vão alguns pormenores.

sempre que tinha uma guitarra nas mãos o xôr martin ficava algures entre um cavalo a andar a trote e o robin dos bosques.

vamos por partes, aquando cavalo que trota, ficava com uma perna completamente direita em contacto com o solo e outra com o joelho ao nível exacto da cintura, trocando a posicação de ambas rapidamente, avançando lentamente no palco, e com o peito incrivelmente direito, enquanto abanava a crina, perdão os caracóis, sacudindo a cabeça.

engraçado mas não tanto como a sua imitação perfeita de robin dos bosques.

relativamente a esta última, dêem os collants e um chapéu com uma pena ao senhor e está feito. é que o rapaz quando não troteava que nem um cavalo que trota, bailava da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, com um peito tão para fora que parecia ter uma marreca invertida.em ambas as situações deve juntar-se uma guitarra quase ao nível dos ombros.

depois ainda tivemos o bónus da imitação do saudoso papa jpII aquando do seu estado mais sacró-caquético, com uma frase linda de morrer "é ume prazz er istar oqui cume vocêsz", como se não bastasse uma vez para toda a gente chorar a rir, o xôr martin achou piada à coisa e repetiu 3 vezes essa frase.

quanto à música, gostei muito dos goldfrapp. tinham uma gaja boa a cantar.

terça-feira, novembro 08, 2005

inocência enquanto pecado demoníaco punível com a morte

está cientificamente provado (através de estudos feitos por cientistas, homens obviamente) que o homem é mais inteligente que a mulher, mais creativo que a mulher, mais forte fisicamente que a mulher, mais empreendedor, tem conhecimento destes factos todos, acredita neles, as mulheres também têm conhecimento destes factos todos e também acreditam neles mas no fim quem manda são as gajas porque sim, porque querem, porque não ouvem o que um gajo diz e porque não há volta a dar.

e isto acontece porquê?

pelo simples motivo que o mecanismo homem é uma coisa simples.

o que é, é e o que não é, não é.
pois para as mulheres o que é, não é bem assim e o que não é só não o é por acaso e nesse caso somos culpados porque o que não é só não é porque não foi e nada mais que isso.

à parte disso a mulher é uma coisa linda, que deve ser admirada, que nos deve inspirar a obras líricas, musicais, arquitectónicas do mais alto nível e acima de tudo a mulher não deve ser compreendida, e por amor de Deus não tentem pois já nem ele o faz.

amem as mulheres mas não lhes façam perguntas, pois a sua lógica é tão facilmente interpretada como o sorriso da Mona Lisa ou o porquê de um gajo ter bigode.

segunda-feira, novembro 07, 2005

o golpe baixo no melhor dos dias, na conquista mais fácil, à nossa melhor mão, não é um desejo vazio nem uma necessidade não controlada e não planeada

sei o que toda a gente sabe sobre o quão bom é ganhar quando é apenas isso que se quer.

compreendo também aqueles que em cortejo social exibem os troféus conquistados, como a justa recompensa de um compromisso honrado. mas prefiro o simples esfregar na cara do rival de, não a nossa vitória, antes, a sua derrota.

só um segundo por favor.
ok, já desliguei o "junkhead" dos alice in chains, e já pousei o dvd do "american psycho" e vou voltar para o antro...

já sei, estamos em novembro, hoje é sábado e está sol. e depois?

a noite foi longa, o acordar complicado, estou numa instituição estatal. Cheguei 20 minutos depois das um quarto para as dez (que é sempre uma boa hora de se dizer e de se imaginar), tirei a senha com o número 120, o número de pessoa que estava a ser atendida era o 19. agora vou ter de esperar aqui dentro da pocilga.para mim esta gente toda só me faz lembrar porcos viscosos, gordos, gordurosos, intelectualmente lamacentos, marrecos, miracolosamente bípedes, que se roçam uns nos outros, olham de suslaio, sussurram "oinc", não há por favor nem com licença, nem um simples obrigado.20 minutos depois de um quarto para as duas (que também é uma bela hora de se dizer e imaginar) acabou o sofrimento. a frase de despedida foi "dentro de cerca de 10 dias úteis terá a resposta, a não ser que haja algum problema".

"quero uma espada japonesa"

quinta-feira, novembro 03, 2005

um gajo romântico

nasci em lisboa e fui criado no campo.

esta mistura por muitos considerada explosiva e por outros enfadonha, triste, desnecessária, parva, pateta, asquerosa, lamentável, incrivelmente estúpida, idiota, aborrecida, entediante, deu-me por um lado a destreza e desenvoltura de um gajo da cidade e por outro lado um outro lado, o lado romantico-rural, uma espécie de james bond mas em galochas e com uma enxada na mão.

então no outro dia, resolvi mostrar que sou romântico, sim porque eu sou um gajo romântico foda-s*!

mas como dizia levei uma rapariga para um sítio que conheço como a palma da minha mão, o local onde passei a minha infância, onde formei as bases do meu carácter e me tornei no Homem que hoje sou, enfim onde tudo poderia ser evitado e corrigido a tempo.

então foi assim, noite de lua cheia, 3 da manhã, sozinhos no meio do nada, só nós num carro, e a natureza na sua forma mais bela e primitiva,...a dada altura resolvo sair do carro, e saio mesmo (eu quando meto uma ideia na cabeça levo-a até ao fim) faço um olhar confiante, a felicidade zen no meu rosto, um sorriso, mãos nos bolsos, inspiro profundamente, tiro as mãos dos bolsos e quando me preparava para erguer os braços e dizer algo que definisse aquele momento de conquista, surgem do nada, 2 cães do tamanho do mundo ou pelo menos bué da grandes, tipo chiwawas encorpados e muito chateados, a ladrarem e a correrem na minha direcção, como se de uma vendetta se tratasse.

o que vale é que eu fui criado no campo, e situações como esta não me intimidam, calmamente e em aproximadamente 2, 3 milésimos de segundo (não posso precisar em concreto) entrei para dentro do carro, tranquei as portas e repeti na minha cabeça a frase "eu controlo o meu mundo, eu controlo o meu mundo" de seguida confortei a rapariga que estava comigo, disse-lhe "não tenhas medo, eu estou aqui, vai ficar tudo bem amor, só não saias lá para fora por amor de deus que aqueles quadrúpedes demoníacos querem-nos lixar, mas não vão conseguir, ouviram? vocês não vão conseguir!"

depois fui-me embora com a certeza de nunca mais querer voltar a não ser que num tanque de guerra para esfodaç** aqueles malditos chiwawas ou rottweilers ou lá o que era aquilo.

segunda-feira, outubro 31, 2005

criado no campo (mimosa, a muuuuuuzinha inesquecível)

ao contrário do que minha aparência e o meu saber estar levam a crer, eu fui criado no campo.

se em termos de saúde isso foi bom (a alimentação é mais equilibrada, tem melhor qualidade, a fruta é fresca, o ar é puro) em termos sociais esta situação teve o seu preço.

quando se passam anos e anos em que as relações de amizade mais fortes que uma pessoa tem são com cabras, vacas e bois pode pensar-se que se está preparado para entrentar os respectivos homólogos da cidade, mas não é bem assim

por exemplo, quando travei conhecimento com as bem dispostas e saltitonas raparigas citadinas, reparei que elas não reagiam como as vacas lá da quinta, em primeiro lugar não gostam de usar chocalhos, depois não podia dar palmadas só porque me apetecia, não podia ver se já tinham leite, não podia assobiar e chamá-las de mimosa. e o pior de tudo, jamais podia ordenhar qualquer rapariga em plena escola, (em privado ainda apanhei umas quantas que gentilmente anuiram a esse pedido), quando por inocência uma vez o tentei fazer fui logo interpelado por diversos indivíduos, um deles membro da equipa de râguebi e irmão da suposta "vítima", chamaram-me nomes feios e o mano da sonsa ainda fez um "ensaio" comigo no chão macio do pavilhão da escola.

bastava dizer que um gajo só podia beber sumo que eu compreendia, não era preciso bater mas enfim na cidade nunca há tempo para nada, muito menos para explicações.

eu era um rapaz puro, pouco mundano, hoje já sei que um charro é "só um charro", que cocaína é bom e dá estilo, que as putas só o são porque têm uma estória triste e da qual não têm a culpa mas a desculpa, que um carro também um meio de transporte, e que um emprego tem o valor que a sua descriçao indicar, várias palavras em inglês é bom, uma ou duas em português nem por isso.

a cidade é boa se cosmopolita e o campo se rural, os subúrbios se sujos e a meio caminho de ambos.

terça-feira, outubro 25, 2005

o dinheiro menos bom e o deslumbramento

hoje apesar de tudo ainda existe dinheiro menos bom. é raro mas existe e isto leva-me, não sei porquê, a pensar no fim das coisas.

o fim das coisas normalmente varia entre a inevitabilidade de algo incontrolável (como o tempo) que resulta num "fod*-**!" meio suspirado meio "não era bem isto que eu queria" e o graças a deus que. no entanto, o fim nem sempre é assim tão fácil de catalogar e por vezes chega a meio de, e não no final.

das poucas coisas que eu vou lamentar que acabem um dia é a extrema necessidade de levar tudo ao limite, legado da adolescência de espírito.(esta ideia a acabar terá mesmo de ser durante o dia já que a noite nunca deixa nenhum entusiasmo irracional, nem nenhuma ideia parva terminar sem antes nos levar ao descalabro saudável) .

a paixão e a raiva, a certeza absoluta de que todos os outros estão errados e que nunca ninguém conseguiu compreender as coisas como nós as fizemos, é algo que eu sinceramente espero que nunca termine.

tenho para mim que saber dar o braço a torcer em relação a algo que nos é grato, a algo que nos toca, é tão útil como levar com uma bigorna na testa, um frigorífico na ponta do senhor pénis, e um tractor na nuca (tudo em simultâneo de preferência).

é que eu nem sequer quero saber se existem estudos científicos que comprovem o contrário, para mim a orelha humana a uma certa distância parece o @, os espanhóis deveriam ser proibidos de falar inglês, um gajo não faz a barba não se preoucupa com a roupa que veste, não quer saber dos móveis da casa nem com a falta de dinheiro por ser um desgovernado incontrolável mas sim por...coiso pá, os 7-0 e os 7-1 nunca aconteceram e os seguintes jogadores nunca jogaram pelo Benfica:
king, Paredão, Paulo Pereira, Scott Minto, Steve Harkness, Bossio, Marcelo, Nelo, Tavares, Washington Rodriguez, Bermudez, Pringle e Miguel.

Mas Nunca mesmo fod*-**!

e já agora, ter bom-senso é passar ao lado do que é bom e do que é mau, e quem regule bem da cabeça jamais viverá bem sem estas duas coisas. por isso não quero saber, é como eu penso e mai nada!

quarta-feira, outubro 19, 2005

“A bófia não manda aqui ”

Enquanto 7 pobres polícias arriavam forte num ‘teenager’ criminoso que acabara de roubar uma maçã da bancada de fruta de uma loja de rua, podia ler-se, na parede ao fundo: “A bófia não manda aqui”.

Aquele gatuno, feroz criminoso, bandido, estava mesmo a pedi-las.

Ora, toda a gente sabe que a maçã é o fruto proíbido, mas aquele sacana fez aquilo mesmo por maldade, pá. Viu-se perfeitamente que o que ele queria era provocar os 7 pacíficos polícias que se encontravam em serviço nas redondezas, mais concretamente, no café o Shôr Zé Pato...

Os meigos polícias, em clara desvantagem perante aquele criminoso de alto calibre, lá lhe íam batendo como podiam, coitados...
... umas vezes na cabeça, outras vezes em cheio nas costas...
E o gatuno ainda tinha a lata de responder...

Como este blog é contra a violência, vou tentar descrever a cena de porrada sem fazer grande referência ao sangue que jorrava da boca do criminoso.

Para isso, vamos imaginar que os frágeis 'cacetétes' com que a polícia batia no ‘gangster’ eram apenas simples máquinas de cálcular. E assim, também prestamos aqui o nosso serviço de utilidade pública.

- A polícia lá ía atacando o criminoso (com as suas calculadoras), fazendo: 9x7
- Respondia o criminoso: 2x5
- Voltava a polícia à carga: 7x8 (mesmo em cheio na cabeça, claro)
- E o criminoso respondia: 2x3 (com os dentes no passeio)
- Dizia a polícia: Raíz quadrada de 6,5 ao cubo (joelhada no estomago, seguido de forte cotovelada nas costas)
- Contestava o criminoso: 1x1 (sobrolho aberto)
- Docemente a polícia fazia: R=6xy(4ac-2xA12)x7 (joelhada no nariz, murro nas costas e pontapé nos dentes)

Até nisto, meus amigos, se vê a vantagem do criminoso. Só contas fáceis...

terça-feira, outubro 18, 2005

arroz de pato

eu gosto de arroz de pato.
é um daqueles pratos que me agrada, dos meus pratos preferidos mas de há uns tempos para cá as coisas mudaram. mudaram porque durante um almoçarada aqui à atrasado veio à baila todo o processo de matança do pobre coitado. acredtitem ou não dei por mim com enormes dificuldades para comer o arroz de prato de que tanto gosto (ou gostava, já não sei) e a segunda pratada já foi comida a grande custo.

Não sei se sabem como decorre todo o processo de matança do nosso amigo quá quá.primeiro depena-se, depois toca de mandar o desgraçado para dentro de àgua a ferver e depois mata-se o bicho cortando-o aos bocados! Aposto que aquando da colocação dos infelizes dentro da àgua a ferver os patos não dizem um simples "quá quá" antes dizem algo do género “quáfoda-se que isto queima!!"
Deve ser difícil ser pato.

Acho que preferia ser um cavalo ou um boi de cobrição!!!Se bem que ser boi de cobrição também não deve ser fácil, enfim existe o prazer inacabável mas também existe o depois (depois do inacabável é sempre bom), e o depois é a parte das vacas todas a dizer “muuuuuuuuu, já não me ligas nenhummmmmmmmmmmmmmm”," mmmuuuuuuuu que é tão triste estar só muuu u muuuu u muuuu u".
Portanto acho que preferia ser cavalo, mas um cavalo à macho! Não daqueles cavalos maricas que tratam bem da crina, semanalmente usam uma máscara de algas e ocasionalmente colocam uns rolos durante breves minutos só para o cabelo ganhar umas ondulações, porque mesmo sendo um cavalo, um gajo tem de ter estilo!

E depois a parte do correr que nem um...enfim, que nem um cavalo pelos campos a fora com uma rapariga jeitosa no lombo agrada a qualquer um.

É bom ser cavalo!

sexta-feira, outubro 14, 2005

o indivíduo transforma-se numa pessoa logo que a caminho do carro

quando tudo parece estar ao contrário é porque normalmente está e tenho a ideia que nos dias d'hoje, onde existe uma fila indiana de pensamento, quem decide se as coisas estão mal ou bem é o padrão.

por isso de vez em quando paramos um pouco para pensar nas coisas, e este parar um pouco para pensar nas coisas acontece quase sempre quando se está a andar de carro. por isso é que os homens quase que ganham um carinho especial pelo seu automóvel.

é que esse nosso amigo por vezes substitui o cão no nível de amizade a que este historicamente se encontra.

pois é no carro que vivemos alguns dos nossos momentos mais pessoais como por exemplo, é no carro que nós pensamos os nossos pensamentos mais profundos, questionamos as nossas escolhas ao longo da nossa vida, ouvimos a nossa música, dizemos em voz alta aquilo que nos passa pela cabeça por mais parvo que seja, andamos à nossa velocidade, somos apanhados em excesso de velocidade, juramos a pé juntos que só bebemos uma cerveja, onde admitimos "ok talvez tenham sido duas ou três", onde imploramos "por amor de deus xôr agente eu preciso da carta para trabalhar!", nem que sejamos um apicultor.

um carro não é uma carro, é o lugar onde temos uma vida à parte. um individuo ainda é uma pessoa.

terça-feira, outubro 11, 2005

metodicamente caótico

não sou um gajo metódico e isso é algo que requer muita concentração da minha parte, muito rigor, muita disciplina. não pensem que não ser metódico é algo que se consiga só porque se quer. são necessários muitos anos de prática, uma devoção cega, uma vontade interior inabalável, um talento natural para ser metodicamente caótico.

eu sempre fui assim, fiel ao princípio de que o caos é única forma segura e infalível de ter tudo organizado da mesma maneira, no caos nada tem a importância que não deve ter, tudo tem a mesma relevância e será tratado de igual modo, responsavelmente anárquico. o que em termos profissionais penso não ter importância alguma.

é que em termos profissionais para um gajo parecer metódico, concentrado e responsável basta um gajo ser incrivelmente calado, como é o meu caso.

Quando um gajo é introvertido mais ou menos ao nível de um lavrador tibetano, as pessoas nunca pensam "epá mas porque é que este gajo nunca fala com ninguém?será que é por ser alienado do mundo, consumir álcool em ocasiões sociais, familiares e ocasionalmente depois de um jogo do BENFICA?"não, isto eles não pensam.

o que toda a gente pensa é "epá, o trabalho deste gajo nunca aparece feito, tem na secretária montes de folhas espalhadas, já estragou diversos negócios por não fazer abolutamente nada, tem sempre a barba por desfazer, de vez em quando adormece sobre a secretária, tem uma sinosite um pouco estranha que normalmente ataca depois de um almoço mais demorado, mas como é um gajo calado deve ser um excelente profissional!, ele deve ser...um gajo metódico!".

é isto que eles pensam.e é isso mesmo que eu sou!
um gajo calado.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Quanto mais velho estou, menos me surpreendem

São cada vez menos as pessoas que me conseguem surpreender. As únicas excepções são a minha Avó e o meu filho.

Aqui neste blog já deixei vários exemplos de surpresas vindas da minha Avó. Eu acho que a sua surdez ajuda muito neste capítulo.

O post de hoje, é dedicado às boas surpresas vindas do meu filho Duarte. Deixo aqui um par de exemplos:

O domínio da lingua. Bom Português (com 3 anos)
Diz a Mãe:
- Duarte, tu és o meu tesouro.

Responde o Duarte:
- Mãe, tu és a minha tesoura.


Personagem de poucas falas (com 5 anos)
- Diz-me o Duarte: Ó pai, estamos a ensaiar uma peça de teatro lá na escola. E eu vou fazer de Rei.

- E digo eu: Fantástico! E esse teu personagem tem muitas falas ?

- Respondeu-me ele: Não, não. Só tem uma espada.

sexta-feira, outubro 07, 2005

No local errado à hora errada...PLOC

ir à casa-de-banho ao mesmo tempo que o chefe é uma coisa complicada e que obdece a uma série de protocolos. existem aliás rumores sobre um livro que explica como dominar por completo esta delicada situação.

por exemplo, quando nos sentamos no trono da igualdade e no trono ao lado está o nosso chefe, devemos evitar várias coisas, uma delas é o cheiro, por amor de Deus evitem o cheiro, e se não o conseguem evitar e pressentem o perigo então digam logo assim que entrarem no WC" olha, um cavalo morto já em fase adiantada de decomposição!". é que depois imaginem que saem ao mesmo tempo que ele, lá terão de largar qualquer coisa como "epá, aqueles pastelinhos de bacalhau deram-me volta à barriga".

outra coisa a evitar é o som, quando estamos sentados no trono, naqueles dias em que o desgraçado parece vir de lado e um gajo tem de fazer mais força, por vezes sai um som, misto de gemido parvo "eeeeehhhhhhhhhhhhhhh" e grito de desespero "hhhhhaaaaaaaaahhhhhhhhhhh", evitem isso e definitivamente após o desfecho vitorioso sobre tão víl tarolo evitem aquela expressão um pouco gay "ai ai", se têm mesmo que dizer alguma coisa é preferível dizer um sempre másculo "fod*-**! tarolo do car****!"

mas a coisa mais preoucupante de todas é sem dúvida o "PLOC".

O "PLOC" é como todos sabem o som do embate do cagalhão na àgua. dependendo de várias condicionantes, como o peso e a velocidade a que é projectado podemos estar diante de um "PLOC", tarolo de tamanho médio e projectado a velocidade de cruzeiro ou de um "CHAPLOCPONGCABUNG" quando de trata de um exemplar de grandes proporções e cuja velocidade oscila entre "foda-** 'tava mesmo à rasca" e "por pouco não me cag*** todo ó car****".

Obviamente que se não tivessesmos ninguém no WC connosco a segunda hipótese seria motivo de orgulho, afinal fazer barulho na casa-de-banho é divertido, quantos e quantos de nós quando chegamos bêbados a casa às 5 da manhã não mudamos a àgua às azeitonas fazendo pontaria mesmo para o centro da sanita tentado fazer o máximo barulho possível para tentarmos um dia quem sabe, acordar a vizinhança?

Mas aqui o caso é diferente. não se pode fazer barulho. O truque? Simplesmente deitem algumas folhas de papel para dentro da sanita ANTES de se sentarem e resolvem a situação. Por maior que seja a torcida transmontana, o seu embate será sempre amortecido por aquelas folhas cuidadosamente colocadas anteriormente. Existem outras técnicas mas são de grau de dificuldade mais elevado já que envolvem algum saber na arte do contorcionismo.

Bom,...e é assim a vida de um gajo criado no campo quando fora dele!

quinta-feira, outubro 06, 2005

o bom-senso dos extremos

fui jantar a um restaurante chinês. e sempre que isso acontece um milhão de questões se levanta.

o porquê de eu ir a um restaurante chinês é logo a primeira delas, já que não sou grande apreciador das "iguarias" chinesas, tenho sempre aquele receio de que em vez de galinha esteja a comer rato, em vez de porco, gato, em vez de vaca, rato com gato ou outras coisas do género.

Depois existem um série de coisas que irritam qualquer pessoa, como por exemplo a porcaria dos pan pipes orientais, será só comigo ou aquela maldita música também dá cabo dos nervos a qualquer um????? irra, parece que eles pensam "bom, isto é um restaurante chinês, os empregados têm olhos em bico, nós servimos comida chinesa, temos aquelas fardas orientais, uma cabeça de dragão à entrada, o restaurante chama-se "dragão vermelho-sim, é um restaurante chinês", mas o melhor pelo sim pelo não será pôr estas intermináveis e detestáveis músicas orientais a tocar não vão os clientes pensar que estão num restaurante italiano ou argentino!". Será que eles não sabem que para se ter a certeza que estamos num restaurante chinês basta eles trocarem os "érres" pelos "éles"?????

Outra coisa que irrita é o "obligado", um gajo faz o pedido e eles dizem "obligado" baixam a cabeça e retiram-se dando 3,4 passos de frente para nós e só depois virando as costas, um gajo diz "são 2 cafés e a conta ó chinês", e eles dizem "obligado" baixam a cabeça e retiram-se dando 3,4 passos de frente para nós e só depois virando as costas, um gajo pergunta onde é a casa-de-banho e eles dizem "obligado", um gajo diz "a sério ó jackie chan, diz lá onde é a casa-de-banho que eu estou à rasca" e eles "obligado obligado", até que um gajo desiste e procura desesperadamente um símbolo, alguma porta com um desenho qualquer que indique onde é o wc, o pior é se eles têm homens e senhoras escrito em chinês, aí estamos f******, como este é um espaço cultural aqui vai uma informação ùtil.
Homens 诸君 senhoras 夫人

Outra informação ùtil é esta, quando por acaso estiverem bem à rasquinha e pensam finalmente ter descoberto a casa-de-banho, ...o melhor será não começarem logo a desapertar as calças,baixar as cuecas e segurar o senhor pénis, tudo em acto-continuo...é que pode não ser exactamente a casa-de-banho, pode ser uma cozinha com raparigas lá dentro e um cozinheiro chinês gordo com uma faca na mão que tem uma noção de "honra de família" muita diferente da nossa e que começa logo a falar em casamento e tal.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Chamar as coisas pelo nome delas


As desculpas que eles inventam.

Quando visitei o Museu do Louvre, confirmei que o quadro de Monalisa (ou Gioconda) continua a ser um dos mais populares e procurados deste museu.

Para me conseguir aproximar do quadro de Monalisa, foi necessário passar por um mar de gente que, a pouca distância do mesmo, se deliciava contemplando-o.

Quando finalmente consegui chegar à primeira fila para admirar decentemente a shôra dona Gioconda, confirmei que realmente se trata de uma verdadeira obra de merda !!!

Mas o que é que aquela porcaria tem de interesse ? Ainda se ela fosse uma gaja boa !?

Primeiro, é um dos quadros mais pequenos do Louvre. Se aquilo tivesse aí uns 50m2 de pintura, eu ainda era capaz de lhe dar algum valor, pela trabalheira que daria a pintar...

Depois, dizem que a beleza do quadro está no 'sorriso enigmático' de Monalisa!

Sorriso enigmático ??? Para mim não passa de uma paralisia facial.

Mas por que raio é que não chamam as coisas pelo seu nome ?

Quer dizer, se em vez de pintar a Monalisa, o shôr Leonardo tivesse pintado um quadro com o Corcunda de Notre Damme (que em Português significa O Marreco de Nossa Senhora), iriam chamar-lhe o quê? Marreca enigmática ? Espinha em folha-seca ? Testículos pesados ?

Pl'amor de DEUS !

terça-feira, outubro 04, 2005

Valores de família

Ir à bola não é só ver futebol, é bem mais que isso. Ir à bola é entrar em contacto com pequenos mundos de criaturas que mais parecem ter invadido o nosso planeta vindos de um outro sítio qualquer.

Desta vez fiquei junto a uma família de gente simples, gente boa. A constituição era a seguinte, do lado esquerdo e com cerca de 5,6 anos o filho, de seguida a mãe.(na casa dos quarentas), depois a filha, um pouco mais velha que o irmão e na ponta direita, o pai(nos quarentas também e completamente sóbrio, este pormenor mais à frente será importante).

Assim que vi isto tremi, pois fui ao estádio com um amigo e com bipol. Logo que nos sentámos pensei, "isto hoje não vai correr bem, se não me controlo ainda levo um raspanete destas pessoas por estar a dizer tantas asneiras perto de uma família. É que quando um gajo vai à bola, um gajo passa por um momento de catarse único e que serve para nós deitarmos cá para fora as cerca de 23 mil 715 asneiras e os 32 mil 824 insultos gratuitos que infelizmente não pudemos dizer durante a semana por causa das regras, do bom senso e da boa educação.boa educação o fod*-**! No futebol há paixão irracional e raiva desmedida, boa educação é para a médicos ou gandins do género.

Temi o pior. Depois...bem depois fui completamente esmagado por um quadro tão genial quanto português. É que os pais desta família não eram do tipo de fugir às suas responsabilidades. Para quê deixar para a escola, para as ruas a educação que eles próprios podem dar? Infelizmente já não há muitos pais que pensem assim.

Tudo começou com uma falta mal assinalada a Ricardo Rocha, após uma tesoura perfeita na bola!!!!foi na bola!!!boi preto!!gatuno!!ok, calma.
Nesta altura o pai, mostrou como se deve estar no futebol, espicaçado pela claque da equipa "rival" que gritavam "gui-mar-ães, gui-ma-rães", dirigiu-se a esses mesmo individuos da seguinte maneira, numa coreografia engraçada, mantendo-se sentado, e de forma clara para não deixar qualquer dúvida à filha e ao filho sobre como depois fazer a mesma coisa, baixava o braço direito enquanto subia o esquerdo e vice-versa, sendo que todos os dedos de ambas as mãos estavam recolhidos com excepção do dedo grande em ambas as mãos também, estes estavam esticados o mais possível, enquanto gritava "o que vocês querem é isto!filhos da put*!...paneleiro*!...cabrões!...bois!" Um pouco depois novamente algumas palavras dirigidas ao juíz da partida, desta vez foi a mãe, "palhaço, palhaço,palhaço!", o filho demonstrando uma sensatez precoce e algum espírito crítico tão importante nestas idades, disse para a progenitora "mamã, uma vez chega".

Parece que alguém já tem os valores muito bem definidos, insultar sim, de forma gratuita sim, fazer a apologia da violência sim, sem imaginação não! A pensar assim parece destinado a grandes vôos este rapaz.

No final, o BENFICA que jogava contra uns tipos de branco, conterrâneos de D.Afonso Henriques, venceu mais uma vez, uma vitória fácil do GLORIOSO por expressivos 2-1.

segunda-feira, setembro 19, 2005

"dói-me os joelhos, o tempo vai mudar"

o mundo está cheio de curiosidades, personagens, coisas boas e coisas más, desiquilíbrios e coisas para equilibrar (e nunca o contrário).

falando dos tempos que correm, pois não conheço outros assim tão distantes, penso que as pessoas estão a desenvolver uma certa tese de conspiração do tempo metereológico contra nós.

ao que tudo indica esse sujeito está a tentar tramar-nos a vida através de golpes baixos, como por exemplo tempestades tropicais, furacões, ciclones e pior que isso, muito pior mesmo, existe um certo país no mundo que é cada vez o alvo preferencial do tempo metereológico, onde às vezes chove, às vezes faz sol e às vezes parece que vai chover e depois...faz sol, a trama já foi no entanto descoberta, e é comum ouvir esse povo astuto vítima dessa cabala dizer "o tempo anda muito estranho, não achas?", ou "o tempo anda muito esquisito, não anda?". frases sábias de um povo que sabe bem que quando chove e depois faz sol é porque algo de errado se passa.

já não bastava sermos meros joguetes nas mãos do destino, agora ainda temos o tempo metereológico a lixar-nos a vida, felizmente que existe quem lê as palmas das mãos, quem interpreta as cartas, quem atira búzios ao ar e vê como eles caem no chão, senão estaríamos tramados, sem saber o que fazer, sem poder prever o futuro e escolhermos sempre a melhor opção para as nossas vidas!

mas voltanto ao tempo metereológico,... é uma constante, e realmente agora que penso nisso, o tempo metereológico é de facto um gajo que com a idade está a ficar incoerente, com alterações de humor constantes e extremas mostrando uma senilidade própria de quem já não sabe bem o que faz.

a idade não perdoa a nada e a ninguém, nem ao tempo

segunda-feira, setembro 05, 2005

"dá lá a bola aos miúdos" a filosofia de vida

escolher a filosofia de vida certa é algo complicado, temos de escolher uma que se adapte ao nosso corpo, ao nosso ego e àquilo que temos.

o português por norma é um gajo porreiro, um deixa andar, com todas as vantagens e se calhar também com as desvantagens que poderão eventualmente existir (embora não haja provas de tal).

no outro dia presenciei este facilitismo intrínseco do português in loco. foi uma coisa simples.

estava num posto de abastecimento, faço o pagamento e enquanto arrumo os jornais no saco e o dinheiro na carteira, chega um individuo que diz "era uma caixa de preservativos faz favor." ao que a funcionária respondeu "qual o tamanho?". Esta pergunta normalmente num outro ponto qualquer do globo causaria embaraço ou o dizer de uma simples mentira, mas não em portugal, porque em portugal existe o português e o português é um gajo porreiro! e além disso estamos bem acima da média, sim dessa média.

Bom, mas voltando à pergunta que faria um americano suar, um italiano tremer, um chinês chorar e um africano sorrir, "qual o tamanho?".

na resposta, toda a grandeza do português, todo o génio do povo lusitano, 9 séculos de história, o fado, o Benfica, a praia e o sol, tudo isto se juntou numa só frase, ...
-"eh pá, pode ser médio!".

"eh pá, pode ser médio!"! Achei isto extraordinário, que humildade!

é que a frase foi dita do género, eu até tenho uma verga do tamanho do mundo mas como sou um gajo porreiro e não quero humilhar ninguém, então até pode ser médio!

sábado, agosto 27, 2005

Para bom entendedor...

Há uns tempos atrás, durante uma entrevista, o Sr. José Veiga disse as seguintes palavras, que eu jamais esquecerei:

- "Para bom entendedor, acho que não é preciso dizer mais nada."

Enfim... José Veiga tem a escola da vida... eu estou certo que ele até seria capaz de dizer o ditado popular correctamente, ao fim de algumas tentativas...

Bom... mas o propósito desta mensagem é outro.

Para bom entendedor, aqui vai:

surit,
fat viacolpa di nuiva vosbel dur coisenia. fat edquiva c volina idpre nirva. ziv mur jud pit vosbels. amvio abenpre di vonto dop di vur coisenia stin ginart.

mur adi fakivato dop unmut di cor.

Enfim... haja saúde.

segunda-feira, agosto 22, 2005

A minha avó deveria ter ido para médica


Ontem foi dia de mais um dos nossos famosos almoços de família. É uma espécie de última ceia, só que é feita à hora d'almoço (vêr foto acima). Todos os anos tomamos conhecimento de que, afinal, temos mais uns primos na família. São da parte da minha avó e vivem não sei onde. Confesso que não me é fácil, de repente, tratar por primos uma data de pessoas que nunca vi antes, mas enfim... a minha avó diz que eles são da família... é porque devem ser da família...

Por outro lado, tudo o que a minha avó diz é correcto. Aliás, eu sempre achei que a minha avó devia ter ido para médica (no mínimo).

Sempre que alguém tinha algum problema de saúde, ela aparecia sempre com o melhor conselho ou solução.

- 'O menino tem uma picada de abelha no braço.'
- 'Põe-lhe uma moeda de 1 escudo em cima, que isso passa.' - Dizia logo a minha avó.

Claro que, numa família rica como a nossa, o difícil era encontrar uma moeda assim tão pouco valiosa. Lá tentávamos resolver a coisa com cartões Visa Gold, mas a picada de abelha rapidamente passava de ligeiro inchaço, a hematoma crónico. Mais uma prova de que devemos dar mais ouvidos aos conselhos da minha avó.

Tudo o que a minha avó diz é correcto e infalível !!!
Ontem, a minha avó demonstrou mais uma vez que nasceu para a medicina.

Enquanto o meu filho mascava uma pastilha, a minha avó soltou as seguintes palavras sábias:

- Olha, as pastilhas fazem muito bem ao 'cérvro'.

Lindo !!! Senti-me iluminado! Os pensamentos da minha avó são uma lufada de ar fesco para mim. E todos têm uma base de verdade. Com que então..., as pastilhas fazem bem ao cérebro..., agora que penso nisso, não me lembro nunca de ter visto a minha avó a mascar pastilha...

Apesar de tudo, a minha avó não pára de me surpreender. E olhem que eu já devia estar preparado para qualquer surpresa da parte dela, pois como ela é surda, consegue sempre dar-nos a resposta mais inesperada de todas...

sexta-feira, agosto 19, 2005

amendoins, eu peço desculpa.

escrevo estas linhas só para dizer que eu gosto muito de amendoins, quer estejam numa taça cheia uns com os outros, quer estejam em cima da mesa isolados, caidos da mão gananciosa e insensível que os deixou cair.

a todos os amendoins e em especial a uma amendoína,(que é boa gente, gente limpa e asseada, uma amendoína às direitas, daquelas que nos dão fome) peço desculpa,

não quis jamais ferir os vossos sentimentos, no máximo dar-vos umas palmadas, mas sempre com respeito!

quinta-feira, agosto 18, 2005

Segredo para um casamento feliz e duradouro

Estou casado há 12 anos. Uma dúzia de anos de felicidade, podem crêr.
Apesar de tudo, eu nunca ajudei a minha mulher nas tarefas de casa.
Correcção: Eu nunca “participei” nas tarefas de casa.

Doze anos, doze! Sem mexer uma palha. Nunca lavei a loiça, nunca aspirei a casa, nunca fui despejar o lixo, nunca mudei a fralda a nenhum dos nossos filhos, nunca ofereci flores à minha mulher, ainda nem sequer lhe ofereci o anel de noivado..., nada... eu nunca fiz nada.

A minha mulher sempre se queixou que eu nunca fazia nada em casa e, o pior de tudo; eu nunca me lembro das datas importantes, nunca disse “PARABÉNS” em dias de aniversário e, eu nunca ofereci prendas à minha mulher, nada, nada...

Eu limitava-me, simplesmente, a chegar a casa, sentar-me e aguardar que o jantar, e tudo o resto, aparecesse pronto. Vida de rei !!!

Pois ontem decidi fazer tudo bem! Afinal, tratava-se do nosso aniversário de casamento.

Preparei tudo ao pormenor. Levei a mulher a jantar a um restaurante da cidade, no final da refeição ofereci-lhe um anel (que comprara sem ela saber) e disse-lhe:

- “Feliz aniversário, amor. Tu fazes-me o homem mais feliz do mundo.”

Saímos do restaurante e demos um passeio pela cidade, fomos até à baía vêr o mar. Era noite de lua cheia. Correu tudo lindamente. Quando chegámos a casa, já tarde, preparei-lhe um chá com umas torradas. Depois, levantei a mesa, lavei a loiça e arrumei tudo.

No final, perguntei-lhe: - “Gostaste da surpresa que te preparei hoje ?”

A resposta da minha mulher foi: - “TU TENS OUTRA, NÃO É ? VÁ ADMITE ! “

Fiquei congelado. Tanto esforço da minha parte, para nada. Mas o que é que eu terei feito de errado ? E como é que ela sabe ? (Bem.., eu não tenho outra... que isso fique bem claro, até porque a mulher também lê este blog. Querida, se estás a ler isto, aproveito para te dizer que te amo.) Mas voltanto à vaca fria. O que é que eu fiz mal ???

A resposta chegou rapidamente da mulher. Disse-me ela:

- “O teu comportamento de hoje foi demasiadamente estranho. A minha intuição feminina, diz-me que tu tens outra. Além disso, o aniversário do nosso casamento é só daqui a 3 meses. E faremos 7 anos de casados, e não 12.”

Pensei para comigo:
- Ai é assim ? Acabaram-se o mimos. Volta tudo à estaca zero. Não mexo nem mais uma palha. Afinal, temos sido tão felizes assim. Para quê mudar ?

terça-feira, agosto 16, 2005

é tudo uma questão de perspectiva

perspectivas...
podem conduzir-nos à solução de um problema que por tempos infinitos nos atormentou ou manter-nos na ignorância até ao final dos nossos dias.

vou dar-vos um exemplo de algo que me aconteceu, perdão que aconteceu a um amigo meu. a sério foi a um amigo, um amigo que eu já não vejo há muito tempo e com quem aliás nunca me dei assim tão bem quanto isso. aliás eu no fundo nunca o considerei meu amigo, era mais um gajo que eu sempre detestei e que ainda bem que já emigrou para a Letónia, só tenho pena que as pessoas o confundam comigo pois apesar de sermos parecidos fisicamente não somos a mesma pessoa, eu juro!!!!

então cá vai, a história foi mais ou menos assim,...
para uns (ou seja, para aqueles que tiveram a perspectiva correcta , a perspectiva da verdade, do bom senso, daquilo que realmente se passou foda-s*!), um simples toque no ombro, um toque aliás o mais ao de leve possível, um gesto normal entre pessoas que se dão bem, um carinho sem importância, com a mesma importância que um amendoim tem numa taça cheia de amendoins, com a duração de no máximo 2 milésimos de segundo e mesmo assim penso estar a cair no exagero, e já tirei as mãozinhas daí, e não foi bom para mim nem para ti, e nem sei porque fiz isto mas vou continuar a andar em busca de um outro bar onde possa beber só mais uma tequilla pois hoje quem leva o carro sou eu,

para outros, principalmente se bêbados e se rodeados de amigos (que nesta situação só têm uma frase que deve ser algo do género "e tu ficas-te?") a perspectiva foi mais do género, "o que caralh* ia aquele filho da put* a fazer com as manápulas na minha Maria e porque é que aquele boi do caralh* aquele paneleir* de merd*, aquele cabrã* d'um filho da put* as retirou assim que me viu e seguiu em frente fingindo não me conhecer de lado nenhum?filho da put*!"

enfim, perspectivas, só não as tem quem não quer ver as coisas como elas são!

domingo, julho 17, 2005

Fraude no Euro Milhões

No último sorteio do Euro Milhões, aconteceu o impensável.

Estava eu calmamente a assistir ao programa, quando vejo sair a primeira bola. É anunciado o número 7.

Até aqui tudo bem. O primeiro número a sair, bateu certo com o primeiro número da minha chave.

Surpreendentemente, o segundo número sorteado não estava de acordo com a minha aposta!! Eu tinha assinalado no meu boletim o número 17, e os tipos na televisão, por lapso, tinham sacado a bola número 10.
Até comentei lá em casa: "Dez?! Estes gajos estão enganados!! Eu tenho aqui escrito no meu boletim que o número correcto é o 17. Está aqui escrito! Com mil raios, será que agora as coisas escritas já não têm valor ??"

Mais estupefacto fiquei quando todos os outros números sorteados eram diferentes daqueles que eu tinha escrito no meu boletim de aposta.

É impressionante a incompetência do gajo que mandava as bolas sorteadas cá para fora. Só acertou uma. Simplesmente inacreditável. E tudo nas barbas dos representantes do juri composto por membros do governo civil.

E agora ? Quem é que vai assumir este meu prejuízo ? Eu até já tinha avisado lá no emprego que a partir desta Segunda-feira não punha lá mais os pés.

O Governo tem de tomar uma atitude, caso contrário eu serei forçado a utilizar o meu Plano B, que consiste em entrar num banco de pistola em punho.

segunda-feira, julho 11, 2005

Festa de fim d'ano

- "Hoje é a festa de fim d'ano lá na escola do nosso filho. Tu bem sabes o que isto significa para ele. É um dia muito importante para ele, ao qual não podemos faltar."

Respondi-lhe calmamente:
- "Deixa-me dormir. Para o ano haverá outra festa igual e eu prometo que não faltarei a essa."

Mulher: -"Se tu não vais à festa, o teu filho não te perdoará."

Não havia volta a dar-lhe. Tinha de ir à festa de fim d'ano. Afinal, o meu filho acabou a primeira classe com sucesso.

Como é habitual, a festa incluia as tradicionais peças de teatro infantil, com os próprios alunos a representarem em palco. Depois de lá chegar, verifiquei que não levava a máquina fotográfica e a mulher arranjou logo 1000 argumentos até me obrigar a voltar a casa para trazer a máquina.

Pensei: "Ai queres fotografias?! Então vais ter p'r'aqui fotografias até mais não."

Bom..., a festa lá começou e vai de tirar fotografias.

No teatro havia de tudo: uma criança a fazer de João Ratão, outra de Lobo Mau, outras de Branca de Neve, Capuchinho Vermelho, etc.

Vai de tirar fotografias...

Também lá estavam umas crianças a fazerem de àrvore. Este era um papel simples que consistia em ficar quieto com uns ramos pendurados na cabeça. Era essencial levar calças castanhas para emitar o tronco da àrvore.

Saquei mais umas fotos que era para fazer a vontade à 'Madame'.

Também lá estavam crianças a fazer de ovelha, burro, os 3 Porquinhos, a Cabra Cabrez e Macaco. Os pais devíam estar muito orgulhosos.

Vais mais umas fotos...

Chega a parte do teatro em que participava o meu filho.

Diz-me logo a mulher: "É agora. É agora que ele vai aparecer. Está com atenção para lhe tirares umas fotografias."

Agora imaginem a cena seguinte, como se se tratasse de um final épico de um grande filme de acção. A imagem em câmara-lenta, o som meio sumido fazendo apenas realçar alguns grunhidos, os pais saltanto felizes, tudo em câmara-lenta, e entro eu em acção:

1) Saco da máquina. Em riste, como se de uma arma se tratasse.
2) Verifico o flash (para que nada falhe)
3) O meu filho entra em cena, bem no meio do palco.
4) Coloco o dedo no 'gatilho'
5) Espero o melhor momento, o melhor ângulo e carrego no botão para a foto
6) A bateria da máquina acaba e constacto que a foto do meu filho não saíu.

E agora? Pensei eu. Como é que eu vou justificar que não tirei nenhuma foto ao meu filho, na sua estreia no teatro da escola?

Eis que me ocorre mais uma ideia de génio. Mais uma daquelas ideias que estão ao alcance apenas dos homens.

Decidi fazer de conta que tudo estava bem e, continuei a tirar fotos. Ou melhor..., fingi que continuava a tirar fotos.
Para tornar a coisa ainda mais verosímel, chegava até a fazer comentários para a mulher, do estilo: "Esta foto ficou um espectáculo! Vais gostar de vêr."

No final, coloquei as culpas na fraca iluminação do recinto. Um homem nunca dá parte de fraco.

sexta-feira, junho 24, 2005

A escritura (parte II)

Para dizer verdade, tivemos bastante sorte na escritura, pois lá estavam presentes 3 autenticos monstros das cadernetas dos cromos mais difíceis de encontrar a nível mundial. Eram eles:

1) O Shôr Doutor que mandava naquilo tudo e que adiante se identifica por Estúpido.

2) O tipo que lia o texto da escritura e que é um sério candidato a efectuar relatos de futebol (adiante designado por Parvalhão).

3) A hipocondríaca e aspirante a solicitadora, que representava o banco (adiante identificada, amavelmente, por Cabra).

A acção desempenhada por cada um destes cromos durante a escritura, foi basicamente a seguinte:

- Estúpido: Esteve durante 45 minutos a queixar-se que estava atrasado, que não tinha tempo a perder e que também tinha direito a almoçar. E nós à espera!!!
O Estúpido exigia rigor, mas como era cego que nem um morcego, não conseguia sequer confirmar se os bilhetes de identidade estavam dentro da validade.

- Parvalhão: Leu o texto da escritura a uma velocidade tal que, mais um bocadinho, e a casa saía-nos de borla.

- Cabra: Para além de passar o tempo todo a resmungar, conseguiu em menos de 15 segundos dizer: “Tinha hoje uma consulta no otorrinolaringologista, que me custou tanto, tanto, mas tanto a conseguir..., e agora já não vou chegar lá a tempo. Tenho uma otite daquelas que dão nos ouvidos. Tenho uma angina de peito e também me doi os ouvidos. Já não vou à consulta. Fui assaltada no comboio de Sintra. Sou uma grande profissional, mas tenho esta dor nos ouvidos.”

Depois da escritura, todos nós fizemos a “Hola Mexicana” e aplaudimos de pé.

quarta-feira, junho 22, 2005

a escritura (parte I)

quem compra uma casa tem de pensar muito bem no que está a fazer, tem de analisar vários parâmetros, proximidade do local de trabalho, qualidade de vida, qualidade da casa em si, possível valorização da casa, zonas circundantes, obras que eventualmente sejam necessárias, alguma rede de prostituição por perto, enfim um sem número de coisas. e tem de ser um gajo responsável, tem de pedir condições a vários bancos , compará-las, analisar a sua própria saúde financeira. eu que se fosse cão seria um são bernardo despreocupado mesmo quando comparado aos padrões de despreocupação dos são bernardos, comprei uma casa gira .

hoje foi o dia da escritura. para a escritura é fundamental ter cheques do banco onde se fez o empréstimo, levar bi e contribuinte. soube disso há cerca de um mês atrás. então anteontem liguei para a linha de apoio a pedir um livro de cheques. disseram que como era o primeiro livro de cheques tinha de ser no balção. então ontem fui a um balcão. disseram-me que jamais estaria pronto hoje. mas se fizesse o pedido, depois poderia levantá-los numa caixa automática. então hoje à 1 da manhã fui ao saldanha, ao marquês e à av. da igreja tentar levantar. não dava, o sistema estava a ser actualizado. fui-me deitar. e depois hoje foi assim:

06:00-acordo em pânico pois lembrei-me que ainda não tinha cheques
06:01-viro-me para o outro lado
06:40-levanto-me
07:15-av.igreja para levantar cheques, levantamento indisponível
07:16- masco uma pastinha de morango
07:17-faço um avião de papel
07:30-finalmente consigo levantar cheques no saldanha
10:00-chego ao notário
10:30-a mulher do registo diz"são dois fiadores"
10:31-contamos repetidamente e só conseguimos contar um fiador presente
10:32-voltamos a contar
10:40-existe um problema com os cheques
10:41-"mas que gaja boa aquela morena"
11:45-chega o segundo fiador
11:46-pinto as asas do avião
11:47-"é que é mesmo boa"
12:12-"fo**-** , só trouxe a cópia do cartão de contribuinte"
12:13-"como é que era aquele truque para o avião planar mais tempo?"
12:45-o notário pega no meu cartão contribuinte
12:46-"fo**-**, não sei rezar!"
12:46-"está na altura de fazer uma promessa estúpida"
12:47-"se ele aceitar aquilo a partir de hoje nunca mais deixo as coisas para a última e vou ser um gajo responsável!"
12:48-o notário aceita sem qualquer problema
12:48-"mas onde raio pus eu o avião?"
12:50-"eu tinha prometido qualquer coisa..."
12:51-"bem que se f***, amanhã penso nisso"
13:00-após muitas peripécias que contarei na segunda parte, finalmente a casa é minha

o são bernardo é um cão tão fixe

segunda-feira, junho 20, 2005

Ser alto

Hoje vim com a mulher à Maternidade Alfredo da Costa. Chegámos por volta das 9:00hrs da manhã. Ela entrou e eu fiquei cá fora à espera.

A sala de espera estava cheia e até tinha uma televisão colocada bem lá no alto duma daquelas máquinas de bebidas. Só foi pena a TV estar desligada, pois teria sido uma manhã bem passada a ver o programa "Bom dia Portugal" ou o "SIC 10 horas". São programas que eu gosto bastante. Principalmente daquela parte do ventríloquo. O gajo faz aquilo tão mal, que eu chego a ter dúvidas sobre qual deles é o boneco. Bom, eu presumo que o boneco seja aquele que estava sentado ao colo, mas com a quantidade de maricas que para aí anda...

Por volta das 4 da tarde, a responsável pelo balcão de atendimento ao público, resolveu, finalmente, acender a televisão da sala de espera. Foi o delírio. O pessoal da sala chegou mesmo a fazer a onda Mexicana, mas cedo se concluiu que a televisão estava sem som. A responsável do balcão bem tentou aumentar o som da TV com o comando à distância, mas as pilhas estavam demasiado fracas. Foi então que, do outro lado do balcão, resolveu pedir a ajuda dos presentes, da seguinte forma:

- "Algum dos senhores presentes é suficientemente alto para chegar à televisão e aumentar o volume manualmente?"

Pensei logo: "É esta a minha oportunidade de brilhar perante toda esta plateia repleta de gajas."

Por outro lado, lembrei-me dos meus tempos de adolescente em que tudo fiz para não ser um gajo alto. Para não crescer, bastava utilizar uma táctica infalível, receita da minha avó, que consistia em dormir com as meias calçadas. E resultou. Hoje, sou um adulto com menos de um metro e oitenta.

Enquanto eu perdi tempo a pensar nesses tempos passados, um dos tipos presentes na sala de espera, levantou-se, dirigiu-se à televisão e pressionou o botão do volume.

Para azar desse cavalheiro exibicionista, a televisão continuou sem som. O problema não era da falta de pilhas do comando, mas sim duma avaria séria na TV.

É bem feita. É para ver se esses gajos altos perdem a mania de pensar que são os maiores.

quinta-feira, junho 16, 2005

diplomacia Vs não deves estar a falar comigo, de certeza

aquando numa qualquer discussão, deveria existir sempre um gajo a flutuar e com voz bem grave, enviado de deus (uma espécie de polícia de diálogos acesos) que sempre que a discussão descambasse para o lugar-comum do tipo "sim sim, eu compreendo", educamente parava a conversa dizendo "eu peço desculpa pela interrupção, pois sei que sou só um enviado de deus como podem verificar neste cartão identificador. um simples gajo que flutua e que tem a voz grave, mas não posso deixar que a conversa continue assim e por isso tenho de perguntar à pessoa que fez com que esta discussão descambasse para o lugar-comum se é mesmo isso que quer dizer?".

nessa altura, iluminados por esta entidade superior e ainda um pouco desnorteados por ver um gajo a flutuar e com voz grave a falar connosco diríamos "não boi, não é isto que eu quero dizer, o que eu quero dizer é que esta vaca está a culpar-me por uma coisa que embora seja da minha responsabilidade, pura e simplesmente não me apetece fazer. não é porque esteja cansado, não é porque esteja desmotivado. simplesmente não me apetece trabalhar, ok?" é que toda esta sinceridade levaria certamente a que a outra pessoa também fosse sincera connosco e em vez de nos dizer" tás a ouvir o que te digo ou quê?" diria simplesmente, "por amor de deus tire essa arma da minha cara e não me volte a pontapear selvaticamente, por favor." e todas as discussões acabariam por se resolver sempre da melhor maneira.

quarta-feira, junho 08, 2005

comprei um cão no sábado

comprei um cão porque um cão é mais que simples quadrúpede, um cão é o nosso melhor amigo, é uma coisa boa de se levar para a praia, para os putos brincarem. eu gosto de cães e quem eu gosto também gosta de cães, por isso comprei um cão.

no entanto o destino (entidade superior que comanda tudo e todos antes, durante e depois e do qual somos todos reféns, e que tem mensageiros que atiram búzios ao ar e interpretam como eles caem no chão) é gajo tramado!

após comprar o cão, senti várias coisas, primeiro felicidade por ter mais um amigo, depois senti-me um pouco triste por ter comprado esse mesmo amigo quando sei que a amizade é uma coisa que não deveria ter preço. depois ainda senti uma sensação estranha algures entre o nojo de "o que c****** tá este gajo a fazer???" e o sonho ressabiado de "se fosse uma gaja..." quando o raio do cão se agarrou à minha perna.

no caminho para casa, pensei se de facto teria agido bem ao comprar "o meu melhor amigo". decidi que não, e fui até santarém onde libertei o cão num baldio numa das terriolas mais curiosas do ribatejo, sardoeira-a-nova. ao libertar o bicho disse-lhe que " se for o nosso destino ficarmos juntos então tu encontrarás o caminho até minha casa" e afastei-me assim que consegui que o animal deslargasse a minha perna que com tanto carinho "amava".

prego a fundo e lá vim eu. hoje não tenho cão mas também ninguém gosta de ter amigos à custa do dinheiro.

sexta-feira, junho 03, 2005

tudo ao contrário

mais que incrivelmente complicado, comunicar é simplesmente um dom.

um dom que aliás mesmo após uma carroça de vodka, não está entre os 25,26 dons que qualquer gajo então julga ter. é que comunicar é a coisa mais difícil do mundo, e o que mais complica a comunicação são as palavras. tenho a certeza certezinha que quando deus fez o mundo, e isto ninguém me tira da ideia, fez as coisas assim:
"bom, os animais selvagens não vão conseguir falar e tal, vão estar limitados a emitir grunhidos e sons parvos, se quiserem limpar o rabinho depois de obrar, terão de o fazer nas ervas enquanto que o bicho Hóme, bom o Hóme vai poder falar, cantar, escrever, com muitas palavras, vai ter muitas linguas, o Benfica e a àguia Vitória mas ...não irá conseguir comunicar."
e esta é que é a verdade.

e os exemplos que nós temos na natureza são mais que muitos.
senão vejam: um macaco tem piolhos, simplesmente comunica à macaca "ó xô dona macaca, chegue lá aqui e cate-me fachavor", um leão quer uma leoa, chega-se à frente e anda cá que és minha, um cágado sente-se um pouco deprimido porque tem a pele toda estragada, rogosa e verde e ainda por cima nem sequer é uma mísera tartaruga. que faz ele? recolhe a sua casa e ninguém o chateia.

agora se um gajo tem piolhos e quer ser catado então não há gaja que se aproxime, se um gajo quer uma gaja tem de ir com jeitinho e ainda por cima tem de lidar com a porcaria dos egos, aniversários, peso, roupa nova e corte de cabelo, e se um gajo está deprimido por problemas de pele que é rogosa,verde e está toda estragada e tem como maior sonho ser uma tartaruga, então o melhor é ir para o c******, porque f***-**, esse é sem dúvida o desejo mais idiota que alguém pode ter, ser uma tartaruga .

por isso o melhor é comprar uma rocha e ir viver para debaixo dela.

quinta-feira, junho 02, 2005

Portugal já não está em crise

Futebolista degolado

Foi encontrado morto, degolado, na sua própria viatura, um indivíduo de 27 anos, jogador de futebol do Sport Clube da Ribeira.

O indivíduo em questão, apresentava um corte em volta de todo o seu pescoço, subindo depois pela nuca até ao cimo da sua cabeça e terminando com um desenho perfeito do simbolo do clube de futebol que representava. Na boca tinha um papel com as seguintes palavras escritas:

- "Não se falham penaltis no último minuto do jogo decisivo que pode ditar a descida de divisão da própria equipa."

Para além de mal escrito, sabe-se que o papel não foi da autoria da vitima, pois ela era maneta da mão direita e, no lado esquerdo, tinha apenas um coto, desde nascença.

A Polícia Judiciária, que investiga o caso, já afirmou:

- Há grandes probabilidades de se tratar de um homicídio.

segunda-feira, maio 30, 2005

acabou a época futebolística

então foi assim...

o Benfica sagrou-se campeão nacional pela 31ª vez, o porto ganhou a supertaça (prova que se disputa entre o campeão e o vencedor da taça da época transacta, porto e Benfica respectivamente) o vitória de Setubal venceu a Taça de Portugal numa final disputada com o Benfica (estes gajos do Benfica estão em todo o lado). E o Sporting, bom ...não sei bem como dizer isto, enfim não sei se estão preparados...mas cá vai, o sporting ganhou a taça amizade.

Isto significa que para o ano, o Benfica irá disputar a liga dos campeões e a supertaça de portugal, o porto irá disputar a liga dos campeões, o setúbal a uefa e a supertaça e o sporting,...bem o sporting irá disputar a liga dos mais amiguinhos, esta prova terá uma fase final a 4 equipas entre o vencedor da taça amizade, o vencedor da taça beijinhos na cara, o vencedor da taça "dá cá um abraço" e o vencedor da taça "toma lá um chocho que eu hoje estou com herpes genital".

no final desta prova todos dão as mãos e cantam esse hino à virilidade "YMCA", de seguida trocam-se presentes. depois disto quem apresentar o risco ao meio com gel mais certinho recebe um dvd da "Bambi" (atenção que é a Bambi personagem dos desenhos animados e não a Bambi miss Julho 2004 da revista Playboy).

e viva o futebol!

domingo, maio 29, 2005

A minha Avó é surda

A minha Avó é mesmo surda. Tem um nível de surdez de 9 graus na escala de Richter.

Mas esta situação até tem as suas vantagens.
Por exemplo: ela diz sempre que eu não faço qualquer barulho quando entro em casa a altas horas da madrugada (apesar de eu entrar bêbedo e a tropeçar em tudo o que não se mexe).

Felizmente para ela, a minha Avó também não sabe ler. Seria frustrante saber ler e depois não conseguir ouvir o que se lê.

Embora completamente surda, a minha Avó é uma grande fã do Marco Paulo e acredita que o cinema mudo ainda está em alta.

domingo, maio 22, 2005

BENFICA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E NINGUÉM PÁRA O BENFICA NINGUÉM PÁRA O BENFICA NINGUÉM PÁRA O BENFICA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Somos CAMPEÕES

BENFICA É CAMPEÃO NACIONAL.

Estão resolvidos todos os problemas de Portugal.
Acabou-se o défice financeiro do País, acabou-se a dívida pública, enfim... está tudo em ordem.

AGORA VOU PARA A RUA !!!

domingo, maio 15, 2005

calma, vamos manter a calma! Vs mais vale uma semana de ilusão do que um ano inteiro a chorar

Ainda embriagado com a vitória de ontem escrevo estas linhas após mais uma vitória do Benfica sobre o sportém, vitória essa obtida tal como o meu parceiro de conquista planetária afirmou "facilmente".

no final do jogo no entanto aconteceu aquilo que não deveria ter acontecido. uma festa do tamanho do mundo quando afinal o Benfica ainda não ganhou nada. Caros Benfiquistas mantenham a calma, não festejem antes do tempo. tenham respeito pelos cabeçudos, perdão pelos sportinguistas e pelos tripeiros, pois o campeonato ainda não acabou.

Ainda falta um jogo para acabar o campeonato e tudo é possível. portanto acho que o melhor é não haver nada de festejos até de facto existir um motivo para tal. porque essa é que é a postura correcta.

hum...
bem...hum...bom que se f***!

"campeões, campeões nós somos campeões, campeões, campeões nós somos campeões, campeões, campeões nós somos campeões, campeões, campeões nós somos campeões,"

sábado, maio 14, 2005

É a loucura cuarago!

BENFICA 1 - sporting 0

O sporting acaba de ser afastado (pelo BENFICA) da possibilidade de ganhar a superliga este ano. O BENFICA ganhou (com a enorme facilidade do costume) e basta-lhe agora um empate para se tornar Campião.

Depois desta derrota, o sporting está pronto para a final da taça UEFA.

Não sei nadar, mas sei andar de bicicleta

Sim, eu admito. Não sei nadar!

Para agravar esta situação, posso dizer-vos que não sei nadar desde pequenino.

Vocês pensavam que só há pouco tempo é que eu não sabia nadar, não é ? Não, nada disso. Eu não sei nadar, desde que me conheço.

Neste aspecto, eu sou bastante coerente. Não sabia nadar quando nasci, e sigo sem saber fazê-lo. Eu não sou como muitos de vocês, que em determinada altura da vida dizem que não sabem nadar, e depois mudam de opinião e começam a dizer a toda a gente que já sabem nadar. Cambada de troca-tintas. Bem..., seria bem pior se começassem a fumar.

Devo também dizer que já participei numa daquelas sessões da associação de “Não Nadadores Anónimos”.

Todas estas sessões começam da mesma maneira:
- “Olá, o meu nome é fatacuida, e eu não sei nadar!”

A primeira sessão de “Não Nadadores Anónimos” serviu para confirmar que aquela célebre frase inicial, não era um mito criado pelo cinema.

Nessa sessão de “Não Nadadores Anónimos” confirmei também que nenhum dos participantes sabia nadar. Em compensação, todos eles eram alcoólicos !

Mas verdade seja dita. Eu gostaria de saber nadar. Por expressar esta minha opinião, fui expulso da associação de "Não Nadadores Anónimos".

Na minha opinião, devia ser proíbido não saber nadar. Devia haver uma lei que obrigasse toda a gente a saber nadar, sob pena de lhe cortarem os braços, um a um, até aprenderem.

a noite é engraçada

a noite é engraçada, e digo isto não porque goste de discotecas, não porque suporte com facilidade música que não gosto e que ainda por cima está incrivelmente alta, não porque goste de sítios com fumo, não porque goste de sair à noite, apenas porque a noite é um mundo de personagens.

desde a piranha que procura tudo o que mexe, do armário "poeta de monossílabos", da bife do lombo que insiste em ser hamburguer (coisa que eu nunca compreenderei ), até ao gajo que não gosta do sítio onde está e passa a noite a beber "copos", a noite é um lugar cheio de interesse. e quanto mais negra melhor.

hoje por exemplo aquando da música "wild one" dei por mim a pensar na frase "i'm a real wild child", qualquer coisa como "sou uma criança verdadeiramente selvagem" uma frase à partida idiota mas que mostra como as pessoas são na noite e se não o são então é porque a inibição é maior que a vontade de estar de férias e nesse caso fingimos que ainda são 5 da tarde.

falando por mim, devo estar a bater algum recorde pessoal, uma dúzia de saídas à noite e só uma meia-carroça, não está mau, mas como "eu só sou o que sou quando estou fora de mim" não corresponde inteiramente à verdade, é melhor assim, até porque o descalabro só é bom quando se morre na praia.

quinta-feira, maio 12, 2005

Anna Kournikova - Promessas a Fátima

Se o Benfica ganhar o título, eu prometo que a minha sogra vai a pé até Fátima (pelo menos).

Quanto à Anna Kournikova, pode vir de joelhos.

terça-feira, maio 10, 2005

Símbolo


O símbolo do nosso blog é exactamente igual a este, só que ao contrário.

domingo, maio 08, 2005

o que eu quero é fazer mortais e mostrar que sou feliz

tenho para mim que fazer mortais é a forma perfeita de expressar a nossa felicidade. melhor que um sorriso, melhor que dizer "f***-**, sou o maior!" fazer mortais é simplesmente dizer ao mundo "eu estou feliz".

Imaginem o seguinte, em vez de tentar dizer a palavra certa, em vez de procurar ter o gesto ideal no tempo perfeito um gajo quando está com a rapariga que gosta deveria simplesmente fazer mortais em redor dela. mas mortais daqueles muito complicados, mortais duplos, triplos com flik-flaks à esquerda e à direita, terminando com aquela pose olímpica de braços bem levantados peito para fora e o ar mais confiante do mundo. parece que estou a ver (parece mesmo porque depois da operação ainda ando a tomar gotas o que faz com que a névoa persista), numa festa, ela desce as escadas, botas, saia curta mas não muito, camisa, casaco, e um corpo divinal, todos os gajos a tentarem alguma coisa, com olhares, com exibição de chaves de carro, com trabalhos mediáticos, e de repente vindo do nada, aparece um gajo a varrer toda a gente enquanto faz mortais e mortais e mortais em direcção à afortunada rapariga.
não fosse esta dor nas costas e vocês íam ver...

mais importante que as palavras é quem as diz

já tinha explanado esta ideia mas recentemente voltei ( como se necessário fosse ) a ter a confirmação. mais importante que as próprias palavras é quem as diz.

fui arranjar um pc a casa de um amigo e enquanto perdia a paciência com um computador do século passado via um dvd sobre entrevistas a actores e actrizes de hollywood. numa das entrevistas, johnny depp dizia que acreditava em espíritos e fantasmas e coisas do género. basicamente aquilo pôs-me a espumar de raiva.
parece que estou a ver, desde a miuda recém-menstruada à piranha de 40 anos, todas devem ter pensado, "ai ai, ele é tão sensível e é tão inteligente". fiquei enojado e naquela altura só me imaginei numa das noites em que um gajo apanha a chamada "carroça" e dizer isto a uma rapariga qualquer. provavelmente a reacção dela obrigar-nos-ia a beber ainda mais para tentar esquecer a figura que tinhamos acabado de fazer o que teria como consequência fazermos outras figuras ainda piores. na melhor das hipóteses acabariamos na cama com uma darkside qualquer que vai matar coelhinhos para a serra de sintra. mesmo neste segundo caso a coisa não seria boa pois poderiam sempre tirar-nos fotos quando estivéssemos em cuecas, com penas na cabeça e a gritar "satã quero ser teu amigo".

mas enfim, isso é passado e a imagem não é totalmente esclarecedora. portanto ninguém pode provar nada.

em criança

em criança tudo é permitido.

entornar o sumo no chão, dizer os segredos da família a toda a gente que aparece à frente, chamar hipopótama a uma tia gorda, mudar de clube, dizer que o senhor que vai sentado ao nosso lado no autocarro cheira mal.

enfim é só vantagens. e quanto mais novo melhor. se formos bébés então somos os maiores. basta pestanejarmos que olham para nós como se tivessemos pisado o solo marciano e se dissermos algo inteligente como "papa, queu papa" então aí é ó delírio, no mínimo estamos destinados a ser o gajo mais bem sucedido do mundo.

é na infância também que surgem os pensamentos mais curiosos. por exemplo quando em criança sempre pensei que as pessoas que "morriam" nos filmes eram condenados à morte a quem tinha sido dada hipótese de escolha sobre como morrer. a única coisa que me intrigava era como é que eles achavam um criminoso igualzinho ao actor para morrer naquela cena, quer fosse com tiros quer fosse a cair de uma torre ou mesmo só para serem torturados. agora que penso nisso penso que essa ideia poderia de facto ser bastante útil. menos gente nas prisões e filmes mais realistas.

quinta-feira, maio 05, 2005

Novo código da estrada

Segundo o novo código da estrada, é obrigatória a utilização de colete reflector, em caso de substituição de um pneu junto à via de circulação, por exemplo.

Ontem, vi um cliente apresentar uma reclamação na loja, pois segundo ele, o colete não estava em condições.

- Empregado: Como pode verificar nesta etiqueta, o colete está conforme a Norma Europeia.

- Cliente: Mas você quer qu'eu acredite nisso ??
Então não está a vêr que o colete nem sequer tem mangas ??!

quarta-feira, maio 04, 2005

o homem do talho e o mundo, a analogia perfeita por A + B

tenho para mim que o talho representa, em termos genéricos, o mundo actual.

isto porquê? talvez porque eu já esteja sobre o efeito de algum alucinogénico poderão pensar alguns de vós. pode até ser verdade mas uma coisa não impede a outra.

se não reparem.
quando uma pessoa vai ao talho ela pode escolher entre vários tipos de carne, dependendo por vezes do seu "plafond" compra ou não a mais cara. por exemplo, hoje em dia muita gente compra hamburguers. e de facto até está na moda.
aliás, no mundo actual o que não falta p'rái são hamburguers a andar de um lado para o outro, pessoas já moídas, picadas, muito batidas e que depois de devidamente recauchutadas até parece que estão em forma ( e realmente estão, só que é em forma de hamburguer ) mas depois, passada a barreira do frio, tudo se desfaz e mostram tudo aquilo que as levou até àquele estado. mas atenção, os hamburguers podem ser feitos a partir de carne de boa qualidade, carne que certamente seria bem melhor se cozinhada de uma outra forma, e isso é que me deixa boquiaberto.

o porquê de pessoas que poderiam ser um autêntico bife de vaca argentina preferirem ser um mero hamburguer. mas como li num dos livros que mais prezo "as parvoíces do prazer" escrito por um chinês do qual não me recordo o nome, "o que pode fazer um homem dentro de uma redoma senão segurar o mundo na mão?"

é que às vezes é melhor ter porque se pode do que ter porque se quer. ou se calhar isso é apenas depois do riso, não sei bem.

terça-feira, maio 03, 2005

o prazer de agradecer

quero agradecer a todas as pessoas que visitaram este blog, principalmente a quem o visitou para dizer que nós não temos tantas visitas assim!

o plano começa a funcionar...pois é sempre do caos que nasce uma nova ordem.

quarta-feira, abril 27, 2005

o ditador e a rapariga certa, duas metades do mesmo mundo

quando pensamos em ditadores normalmente é porque estamos com o ego em cima, isto porque ser ditador é aquilo que todos os homens gostariam de ser. claro que também há aqueles maricas que dizem que os ditadores são homens crueis e vís e blá blá blá e que se "eu fosse ditador, seria um ditador amigo e tal". pois sim.

mas se pensarmos bem o que é um ditador senão um homem angustiado entre duas vontades, dois fitos, dois objetivos de vida?

por um lado, ajudar o seu povo, mostrando-lhe o caminho para a felicidade, mostrando-lhe esse caminho a bem ou mal mesmo que isso lhe custe e para seu enorme desgosto a sua própria imagem de homem sensível e bom, respeitador dos sentimentos dos outros e das suas ideias. por outro lado um ditador procura apenas a rapariga certa. enfim tal como o mais comum dos homens ele procura a rapariga certa. apenas isso!

o que acontece é que os ditadores têm mais dificulade em encontrá-la. enfim, um ditador não tem muitos amigos, não gosta muito de sair à noite, não gosta de dar o nº de telemóvel a ninguém, não troca mensagens, tipo "jokinhas do castrinho e dorme bem boneca" por isso procuram e procuram e procuram, incessantemente, a rapariga certa nas gajas boas que vêem na multidão, nas gajas boas dos liceus e universidades, nas gajas boas que teimam em andar de saia. casaco, camisa e botas sem sequer lhes passar pela cabeça que um gajo não é de ferro e que um destes dias vai passar-se da cabeça.

um ditador casa-se com o seu ideal político e dorme com mulheres de corpos esculturais, um ditador não tem pejo nenhum em fuzilar um homem e sodomizar a sua mulher ( se for boa, claro ), e obrigar as suas duas filhas ( se forem boas, gémeas é opcional se bem que é de facto um ponto a favor ) a deliciarem-se uma com a outra antes de ele próprio entrar para a festa, um ditador é capaz de mandar construir um palácio, recorrendo ao seu povo escravizado, mas qual coração de manteiga em género de compensação "pede" a todas as filhas boas dos mesmos para se mudarem para lá. tudo isto, só para achar a rapariga certa. apenas isso.

Não volto a cair nessa !

Faço aqui referência ao meu Post de 09.04.2005 de título “Ler na casa de banho”.
Lembram-se ? Era aquele que dava conta da minha ida ao shopping para comprar leite e, no final, depois de lá chegar, passei o tempo todo na loja da fnac, regressando a casa 3 horas e meia depois e, sem o leite.

Pois bem... ontem, não deixei que isso me voltasse a acontecer. Não senhor !

A mulher pediu-me para ir ao shopping comprar plasticina para o miúdo levar para a escola no dia seguinte.

Concentrei-me na tarefa que tinha para desempenhar, e saí para o shopping de imediato.

Mal lá cheguei, e sem exitar, encaminhei-me rapidamente para a loja da fnac. Claro !!!
À medida que ía vendo os computadores, os jogos para a xbox, os DVDs, tentava não esquecer a tarefa que me havia sido incumbida. Não vou voltar a cair no mesmo erro, pensei.

Saí da fnac, fiz as compras e regressei a casa. Desta vez até só demorei 2 horas na fnac.

Entrei em casa, enchi o peito de ar e, orgulhoso de mim próprio, gritei aos 4 ventos:

- Querida! Comprei o leite. Onde é que queres que o ponha ?

Acabei por receber uma resposta seca:
- Leite? Então e a plasticina ?

- Oops !

Aviões: Nunca há problema ! Aterram sempre.

Passou-se num avião pequeno, mesmo pequeno.
Era um daqueles aviões que não têm separação entre Pilotos e Passageiros.
Todos os passageiros conseguiam visualizar perfeitamente todas as acções dos pilotos.
Apesar de ser um avião pequeno, tinha p'ráí o dobro do tamanho de um avião da feira popular.

Também não tinha hospedeiras de bordo. Para compensar, todos os lugares tinham, já preparado, um pacote estilo Happy Meal para cada passageiro.

A porta de saída do aeroporto era a porta 8. Ora como toda a gente sabe, basta adicionar 5 ao 8, para obtermos 13, que é o número do azar. Tentei disfarçar o meu nervosismo, ignorando essa verdade.

Lá entrámos no avião, já com 2 horas de atraso. Depois de todos os 11 passageiros estarem sentados (notem: 11+2 = 13), o comandante transmitiu a seguinte mensagem:

- "Boa tarde senhores passageiros, fala-vos o comandante da aeronave. Desde já pedimos desculpas pelo atraso, que se deveu ao facto deste aparelho ter tido uma deficiência mecânica, a nível hidráulico, após a aterragem que efectuou neste aeroporto."

Pensei para comigo: "Bom..., ainda não tenho o cinto apertado....talvez tenha tempo de sair".

O Piloto continuou: "Esse problema mecânico já foi, entretanto, resolvido, pelo que iremos levantar vôo para Bilbao, dentro de instantes".

Bem..., que alívio. O problema mecânico já está resolvido. Estou bastante calmo agora, apesar de todo este vento forte que se faz sentir...
Se este avião fosse de tamanho normal, talvez não abanasse tanto como está a abanar...

Chega a altura de levantar vôo.
Arrancamos... ganhamos velocidade....ganhamos velocidade...continuamos em pista a ganhar velocidade... (nesta altura, começo desesperadamente à procura de algo no pacote Happy Meal que me possa acalmar, tipo Whisky ou qualquer coisa do género)... e lá levantámos vôo.

A viagem foi magnífica. Ventos fortes q.b., mas, por sorte, apanhámos apenas uma zona de turbulência. Aquela zona que encontrámos logo após levantar vôo e que durou todo o caminho.

A cerca de 10 minutos do aeroporto de destino, um dos pilotos abriu um mapa de Espanha que ocupava todo o cockpit, e apontando para o mesmo, dizia ao co-piloto que talvez fosse conveniente virar à esquerda.

Perguntei-me a mim próprio: "Mas onde é que estará o raio do whisky aqui no Happy Meal ?"

perguntas parvas a evitar antes de uma operação

existem várias coisas a que um paciente deve ser poupado.
a primeira coisa, avisar todo o pessoal que trabalha numa clínica para não fazer a seguinte pergunta "já tomou um calmante?", é que o pensamento seguinte será, "então mas... devia tomar algum é? quer dizer que eu tenho motivos para estar nervoso, é isso? mas isto não é uma cirurgia simples? não me diga que o médico é estrábico?", outra coisa, por amor de deus não digam a frase "não tenha medo, sabe qual é a percentagem de operações que correm mal?", "não, eu não sei mas se for superior a zero sugiro que não responda à sua própria pergunta", "é mínima", este "é mínima" deixou-me tão aliviado que me apeteceu dizer "obrigado caríssima rameira, já me sinto muito melhor". mais uma coisa, evitar conversas entre médicos e enfermeiros assistentes pouco antes de nos operarem, médico: "então quer dizer que não temos cá o teclado?", enfermeira: "não senhor doutor, não temos", médico: "bom, não interessa, à partida não será necessário", paciente: "tu queres ver que eu mesmo ainda com esta visão de morcego ainda tenho que f**** os cornos a este filho da p***?"

bom, já estou em casa, e para mim só existe nevoeiro.

terça-feira, abril 26, 2005

Diálogo? entre duas velhas surdas

- Então vizinha, está boa ?
- Vai-se andando. E você ?

- Olhe, cá vou. O medicamento que ando a tomar é um veneno.
- Desde que faça bem, é o que interessa.

- Tenho andado com muita comichão nas pernas.
- Haja saúde !

- A saúde é a nossa maior riqueza.
- O dinheiro não vale nada.

- Mas sem dinheiro não pagamos a saúde.
- A saúde não tem preço.

- Vim ontem lá da terra. Lá é que eu me sinto bem. Pelo menos lá, eu "entreteço-me" !
- Pois claro. Eu também gosto muito de ficar aqui.

- Volto lá em Dezembro.
- Chiça, ainda falta quase tanto.