quarta-feira, junho 08, 2005

comprei um cão no sábado

comprei um cão porque um cão é mais que simples quadrúpede, um cão é o nosso melhor amigo, é uma coisa boa de se levar para a praia, para os putos brincarem. eu gosto de cães e quem eu gosto também gosta de cães, por isso comprei um cão.

no entanto o destino (entidade superior que comanda tudo e todos antes, durante e depois e do qual somos todos reféns, e que tem mensageiros que atiram búzios ao ar e interpretam como eles caem no chão) é gajo tramado!

após comprar o cão, senti várias coisas, primeiro felicidade por ter mais um amigo, depois senti-me um pouco triste por ter comprado esse mesmo amigo quando sei que a amizade é uma coisa que não deveria ter preço. depois ainda senti uma sensação estranha algures entre o nojo de "o que c****** tá este gajo a fazer???" e o sonho ressabiado de "se fosse uma gaja..." quando o raio do cão se agarrou à minha perna.

no caminho para casa, pensei se de facto teria agido bem ao comprar "o meu melhor amigo". decidi que não, e fui até santarém onde libertei o cão num baldio numa das terriolas mais curiosas do ribatejo, sardoeira-a-nova. ao libertar o bicho disse-lhe que " se for o nosso destino ficarmos juntos então tu encontrarás o caminho até minha casa" e afastei-me assim que consegui que o animal deslargasse a minha perna que com tanto carinho "amava".

prego a fundo e lá vim eu. hoje não tenho cão mas também ninguém gosta de ter amigos à custa do dinheiro.

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