domingo, julho 23, 2006

... mas ó shô guarda...

Eu e 3 amigos decidimos marcar presença nas festas de Almeirim.
Depois de um jantar acompanhado de bom vinho, em dose moderada..., ok talvez um bocadinho para lá do moderado, ou... bem... se calhar bebemos um pouco mais que a conta... ou... talvez estivessemos um bocadinho tocados, vá... bem, na verdade o Zé estava com uma ganda cardina, enquanto que o Manel estava era com uma valente camisola, o João tinha uma enorme cadela e eu uma ganda carroça...

Seja como for, achámos por bem regressar a casa, de carro, claro. Elevando assim ao máximo, toda a nossa estupidez natural. Nós gostamos de viver a vida sempre no limite.

Eu que vinha a conduzir, até conseguia ver a estrada mais ou menos. O Zé ía avisando sempre que nos aproximávamos demasiado da berma, o Manel chamava a atenção para os Stops e o João... bem, a verdade é que só demos por falta do João, quando a polícia nos mandou parar. Eu iría jurar que ele já estava dentro do carro, quando decidi arrancar da festa, com rodas a patinar, o carro completamente em slide, enquanto o Zé vomitava pela janela. Acho que foi aí que o Manel entrou em semi-coma. Eu digo semi-coma, pois era ele o tal que, durante o caminho, nos ía chamando a atenção para os Stops. Ou aquilo seria convulsões?

Bem, mas como eu estava a dizer, a bófia mandou-nos parar. Olha, lá se vai a carta, pensei! Mandaram-me sair do carro para efectuar o teste de alcoolemia.

E aconteceu o impensável. Milagre! O resultado do teste foi ZERO. O agente Pereira mandou-me seguir viagem e, comovido, deixou escapar as seguintes palavras:
- É raro encontrar jovens responsáveis como você! Mas veja lá se vai então ao médico por causa dessa vista toda vermelha, e dessa aparente falta de equilíbrio.

Pensei para comigo: Fosga-se, e deixei eu aquele restinho de imperial no copo, com medo de beber mais que a conta. Por outro lado, os meus amigos vão agora todos confirmar que eu posso beber sem limites, pois o meu corpinho aguenta todo o álcool que for preciso... Isto vai ser óptimo para a minha reputação... só falta deixar crescer o bigode.

Mas... espera lá! Então eu vou chegar ao carro e dizer que o teste deu ZERO?? É pá “caganda” vergonha!! Como é que eu iría explicar aos meus amigos que o teste dizia que eu não estava bêbedo? Como é que eu iria ultrapassar essa vergonha? Isso sim, seria mau para a minha reputação. Não resisti:

- Ó shôr guarda! Deve de haver aqui um engano. Não se importa que eu repita o teste ?

sábado, julho 22, 2006

É difícil ter 2 vidas

Mais um ano lectivo cumprido com aproveitamento pelo meu filho. E tal como no ano passado, a sua escola voltou a organizar a Festa de Fim d'Ano.

Eu estava perfeitamente consciente que a festa tinha início no sábado às 10hrs da manhã.

No entanto, na sexta-feira à noite tinha um evento muito importante, ao qual não poderia faltar. Tratava-se de uma caçada de Atrox, no planeta Calypso (continente Eudoria), junto ao Oilrig, em equipa com uma amiga alemã. Levámos as nossas melhores armas. Eu levei as minhas Camo Arms Jungle Stalker e Maddox IV, ambas amplificadas com Dante. Ela tinha uma Marble Foxtrot Mentor Edition e uma Korss 400 (L). Eu até poderia aqui explicar melhor este tema TÃO importante, mas é díficil convencer as pessoas que eu tenho uma segunda vida num planeta virtual... Resumindo, a caçada terminou às 5:30 hrs da manhã de sábado e a festa de fim d'ano era logo às 10:00hrs.

Eu tinha a esperança de poder dormir durante a festa, e além disso, como não ressono, não ía dar muito nas vistas. E com certeza que as outras pessoas no recinto iriam entender as razões pelas quais um pai dedicado se encontrava a dormir no meio da sala de espectaculo, enquanto o seu filho representava em palco, o trabalho fruto de vários meses de ensaio.

A minha mulher acha que eu ressono. Eu já a “avisei”, 2 vezes que isso nao é verdade. Eu não ressono!!

Ela bem me tenta convencer do contrário. Um dia até se deu ao trabalho de me gravar em video enquanto eu, ALEGADAMENTE ressonava.

Vi o video... era eu que estava na imagem a dormir, sim senhor... Mas o som do ressonar... isso não me convenceu. Tenho a certeza que aquilo foi gravado num dia em que os meus vizinhos do lado estavam em obras lá em casa. Apesar do som dos berbequins estar bastante bem sincronizado com os meus movimentos respiratórios na gravação.

Voltanto ao tema da festa. Fiquei farto, mal me sentei. Aquilo começou com um discurso do director da escola. A primeira palavra que me veio à cabeça foi "SECA". Depois desenvolvi para algo mais concreto, estilo: "Isto este ano ainda vai ser pior que no ano passado".

Ao que a minha mulher respondeu: "Para a próxima, guarda esses teus “pensamentos” para ti, e não os grites durante o discurso para que toda a gente aqui no teatro possa ouvir.

Entretanto, resolvi passar uma vista de olhos sobre o programa da festa e logo me apercebi da sua extensão exagerada. Quase 2 horas de espectáculo. Quer dizer, eu preferia ver um jogo de futebol entre Sacavenense e o Olivais e Moscavide, com prolongamento e sem golos... e à chuva....

Começou o espectáculo com os alunos da infantil (alunos com 2, 3 anos de idade).

Foi incrível. Totalmente descoordenados, revelando uma enorme falta de profissionalismo. Inconcebível. Um deles, já com 2 anos de idade, imagine-se, mal conseguia fazer o pino e a roda. Faço ideia a vergonha que os pais dele passaram...

Evitei fazer comentarios (pois normalmente faço-os bem alto).

Seguiu-se um teatro com os alunos do 5º e 6º ano. Nao resisti, e bem alto, para que todos no teatro ouvissem, gritei ao estilo de Homer Simpson: "booooriiiing".

E aquele Cavalo de Troia que apresentaram em palco? Aquilo é que é um Cavalo de Troia? Um coisita que não tinha mais que 30 metros de altura? Pel'amor de DEUS.

Bom... é evidente que desta vez levei a máquina fotográfica, para tirar as fotos durante o teatro do meu filho. E mais... levei a máquina fotográfica com a carga no máximo, para não correr o risco de ficar sem bateria na hora de tirar as fotografias importantes. Infelizmente, também a memória da máquina estava no máximo e não tinha espaço livre para nem mais uma foto. Lá arranjei um bode espiatório, incrivelmente credível, para justificar essa falha menor. Já não me lembro bem qual foi a desculpa que arranjei, mas era algo ligado com a rotação da terra, em redor do seu eixo, no sentido anti-horário, e o facto de girar 360º em 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos. E não em 24 horas, como todos pensam !