segunda-feira, março 13, 2006

uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

descobri no outro dia que a distância que vai daqui p'ráli e dali p'ráqui depende de muito mais coisas que da distância em si.

depende por exemplo de quem se esqueceu do sítio onde deixou o carro, pode depender também de quem teimou por onde outra pessoa entrou no centro comercial e pode depender também de humor da altura, mas raramente a distância entre o ponto A e o ponto B é medida em unidades de comprimento.

testemunhei isto no outro dia quando, e num momento raro de esquecimento da minha pessoa mas raro mesmo, em que eu ia jurar que tinha estacionado o carro num sítio e quando me dirigi para ele reparei que estava no extremo oposto do parque.

ao verem-me atravessar o parque todo na diagonal, lá estavam os tipos da segurança do parque com os impropérios habituais de "lá 'tá a andorinha outra vez à procura do carro,... devias deixar um rasto de migalhas até ao carro!... totó...".

normalmente neste tipo de situação em que sou provocado costumo responder de forma bastante agressiva, sei que é um defeito mas não consigo conter a raiva e parto logo para a violência.

como nesta situação eu não estava dentro de um carro em fuga, perdão em andamento, e as pessoas em questão tinham mais de 8 anos optei por mostar toda a minha classe ignorando tais palavras e olhando para o chão enquanto passava por eles.

claro que isto não foi o pior. o pior foi que desde o momento em que disse "não me lembro muito bem onde deixei o carro.." ainda dentro do centro comercial, até chegar a casa depois de uma viagem de 30 minutos, estive sempre a ser "elogiado" pela pessoa que estava comigo (pessoa muito inteligente e bonita e... não digo isto porque sei que ela vai ler este post mas sim por ser aquilo que sinto).

aqui vão alguns exemplos das frases ditas enquanto descíamos a passadeira rolante
-"tu és incrível"
-"nunca conheci ninguém como tu"
-"deixa lá, eu às vezes também me esqueço das coisas"

aqui vão outros exemplos de frases ditas mas desta vez assim que acabou a passadeira rolante e a menina teve realmente de andar
-"eu não acredito nisto!!!"
-"vou comprar-te uma bússola!"
-"totó.." (nesta situação apercebi-me do quão reconfortante é sabermos que a pessoa que está connosco não está só...)

ao fim dos primeiros 100 metros lá veio o mais ou menos aguardado
-"fdx!"

ora, a questão é que neste fim-de-semana, aconteceu que eu deixei o carro exactamente no mesmo sítio mas alguém (não vou dizer quem pois esse pormentor não é importante para a estória, pois não amor?), teimou em irmos para o parque por uma determinada passadeira rolante.

sim era a mesma da outra vez, sim a distância era a mesma, sim lá estavam os senhores que guardam o parque.

no entanto a reação foi um pouco diferente.
desta vez ao ver onde estava o carro apenas se ouviu em tom entusiasmado, como quem acaba de beber uma coca-cola num dia quente de verão
-"olha amor, está já ali o nosso carrinho!"

3 comentários:

Claque disse...

Ora aqui está um post completamente despropositado e sem sentido nenhum.....

Nunca pensei ver isto acontecer aqui.... mas afinal, é verdade, nem todos os dias, são dias de inspiração.

Não é, amor???

fatacuida disse...

As mulheres têm SEMPRE razão !!!

Claque disse...

Aqui está um homem de visão!!!