domingo, julho 17, 2005

Fraude no Euro Milhões

No último sorteio do Euro Milhões, aconteceu o impensável.

Estava eu calmamente a assistir ao programa, quando vejo sair a primeira bola. É anunciado o número 7.

Até aqui tudo bem. O primeiro número a sair, bateu certo com o primeiro número da minha chave.

Surpreendentemente, o segundo número sorteado não estava de acordo com a minha aposta!! Eu tinha assinalado no meu boletim o número 17, e os tipos na televisão, por lapso, tinham sacado a bola número 10.
Até comentei lá em casa: "Dez?! Estes gajos estão enganados!! Eu tenho aqui escrito no meu boletim que o número correcto é o 17. Está aqui escrito! Com mil raios, será que agora as coisas escritas já não têm valor ??"

Mais estupefacto fiquei quando todos os outros números sorteados eram diferentes daqueles que eu tinha escrito no meu boletim de aposta.

É impressionante a incompetência do gajo que mandava as bolas sorteadas cá para fora. Só acertou uma. Simplesmente inacreditável. E tudo nas barbas dos representantes do juri composto por membros do governo civil.

E agora ? Quem é que vai assumir este meu prejuízo ? Eu até já tinha avisado lá no emprego que a partir desta Segunda-feira não punha lá mais os pés.

O Governo tem de tomar uma atitude, caso contrário eu serei forçado a utilizar o meu Plano B, que consiste em entrar num banco de pistola em punho.

segunda-feira, julho 11, 2005

Festa de fim d'ano

- "Hoje é a festa de fim d'ano lá na escola do nosso filho. Tu bem sabes o que isto significa para ele. É um dia muito importante para ele, ao qual não podemos faltar."

Respondi-lhe calmamente:
- "Deixa-me dormir. Para o ano haverá outra festa igual e eu prometo que não faltarei a essa."

Mulher: -"Se tu não vais à festa, o teu filho não te perdoará."

Não havia volta a dar-lhe. Tinha de ir à festa de fim d'ano. Afinal, o meu filho acabou a primeira classe com sucesso.

Como é habitual, a festa incluia as tradicionais peças de teatro infantil, com os próprios alunos a representarem em palco. Depois de lá chegar, verifiquei que não levava a máquina fotográfica e a mulher arranjou logo 1000 argumentos até me obrigar a voltar a casa para trazer a máquina.

Pensei: "Ai queres fotografias?! Então vais ter p'r'aqui fotografias até mais não."

Bom..., a festa lá começou e vai de tirar fotografias.

No teatro havia de tudo: uma criança a fazer de João Ratão, outra de Lobo Mau, outras de Branca de Neve, Capuchinho Vermelho, etc.

Vai de tirar fotografias...

Também lá estavam umas crianças a fazerem de àrvore. Este era um papel simples que consistia em ficar quieto com uns ramos pendurados na cabeça. Era essencial levar calças castanhas para emitar o tronco da àrvore.

Saquei mais umas fotos que era para fazer a vontade à 'Madame'.

Também lá estavam crianças a fazer de ovelha, burro, os 3 Porquinhos, a Cabra Cabrez e Macaco. Os pais devíam estar muito orgulhosos.

Vais mais umas fotos...

Chega a parte do teatro em que participava o meu filho.

Diz-me logo a mulher: "É agora. É agora que ele vai aparecer. Está com atenção para lhe tirares umas fotografias."

Agora imaginem a cena seguinte, como se se tratasse de um final épico de um grande filme de acção. A imagem em câmara-lenta, o som meio sumido fazendo apenas realçar alguns grunhidos, os pais saltanto felizes, tudo em câmara-lenta, e entro eu em acção:

1) Saco da máquina. Em riste, como se de uma arma se tratasse.
2) Verifico o flash (para que nada falhe)
3) O meu filho entra em cena, bem no meio do palco.
4) Coloco o dedo no 'gatilho'
5) Espero o melhor momento, o melhor ângulo e carrego no botão para a foto
6) A bateria da máquina acaba e constacto que a foto do meu filho não saíu.

E agora? Pensei eu. Como é que eu vou justificar que não tirei nenhuma foto ao meu filho, na sua estreia no teatro da escola?

Eis que me ocorre mais uma ideia de génio. Mais uma daquelas ideias que estão ao alcance apenas dos homens.

Decidi fazer de conta que tudo estava bem e, continuei a tirar fotos. Ou melhor..., fingi que continuava a tirar fotos.
Para tornar a coisa ainda mais verosímel, chegava até a fazer comentários para a mulher, do estilo: "Esta foto ficou um espectáculo! Vais gostar de vêr."

No final, coloquei as culpas na fraca iluminação do recinto. Um homem nunca dá parte de fraco.