terça-feira, novembro 30, 2004

Sessão de Autógrafos

Estou na fnac (pela centésima vez esta semana).

É feito o seguinte anúncio, aos microfones da loja:

"Informamos os nossos estimados clientes que, esta noite, poderão assistir, no forum fnac, à actuação ao vivo de Sérgio Godinho. Após o espectáculo, Sérgio Godinho estará disponível para autografar os vossos CDs, que se encontram à venda na nossa loja fnac."

Assistimos ao concerto e, imediatamente após o seu final, toda a assistência se dirigiu para a sessão de autógrafos. Toda a gente tinha CDs para autografar. Empurrões, encontrões, tudo valia para ganhar melhor posição e conseguir o tão desejado autógrafo, rapidamente.

Havia pessoas com 3 e 4 CDs na mão. Uma legião de admiradores fieis, de todas as idades. Tudo a lutar por conseguir um autógrafo. Eu também estava lá metido na confusão.

Até que chegou a minha vez. Ali estava eu. Frente a frente com Sérgio Godinho:

- Sérgio Godinho: Boa noite.
- fatacuida: Ainda bem que me fazes essa pergunta, ó Sérgio.

- Sérgio Godinho: Pergunta ? Mas eu nao fiz qualquer pergunta, amigo...
- fatacuida: Pois, pois... claro que não...

- Sérgio Godinho: Não estou a perceber.
- fatacuida: Vês alguma coisa nas minhas mãosinhas ?

- Sérgio Godinho: Como ?
- fatacuida: Não me venhas com o número do Beethoven, pá. Pára lá de fingir que és surdo.

- Sérgio Godinho: Oiça, você esteve este tempo todo a aguardar a sua vez. Esta é a sua oportunidade de obter um autógrafo meu. Onde tem os CDs para eu assinar ?
- fatacuida: Ora até que enfim, man... estava difícil...

- Sérgio Godinho: Mas...
- fatacuida: Pois é. Finalmente reparaste que eu estou aqui de mãos a abanar (dito com sorriso cínico).

- Sérgio Godinho: Mas... não tem nada consigo para eu autografar ?
- fatacuida: Bolas, ó Sérgio. 'Táva a vêr que não ! Eu estive este tempo todo à espera, para te dizer, na cara, que não quero o teu autógrafo para nada.

- Sérgio Godinho: Isto é para os apanhados ?
- fatacuida: É p'ós apanhados, é! Só que o apanhado aqui és tu, ó Sérgio. Eu não quero o teu autógrafo, pá. E como eu, há muitos, ... Não cantas uma me*da. A maioria das pessoas não te grama nem calado, pá.

- Sérgio Godinho: Então como é que justifica toda esta gente aqui ?
- fatacuida: E como é que tu justificas os outros 10 milhões que não vieram ?

- Sérgio Godinho: Segurança, por favor !
- fatacuida: Segurança? 'Tás-me a dizer que os 10 milhões não vieram por motivos de segurança ? Não me atires areia para os olhos, pá !...

- Sérgio Godinho: Segurança, retire este homem daqui.

Eis que aparecem 2 tipos e me seguram nos braços sugerindo-me que abandone a sala.

- fatacuida: Isto é o cúmulo. Um gajo é retirado da sala só por não querer um autógrafo. Onde é que já chegámos. Qualquer dia, somos presos só por não gostar de fado. Essa é outra. O fado é a pior coisa que se fez em Portugal, apesar de ser de origem francesa.

Segue-se a minha saída triunfal, em ombros, da sala de autógrafos.

(Tudo o que aqui escrevi, é pura ficção. Devo adiantar que sou um fã de Sérgio Godinho. "Senhor" Sérgio Godinho. É uma referência e um exemplo para muitos, nos quais eu próprio me inclúo).

sexta-feira, novembro 26, 2004

Festa de Natal caseira

A família junta-se ao jantar, mas antes disso, há que preparar os doces para a ocasião.

A mãe pede ajuda ao filho na feitura dos doces:

- Mãe: Queres dar aqui uma ajudinha à mãezinha, filho ?
- Filho: Sim, claro.

- Mãe: Estás a vêr como a mãezinha está a bater as claras em castelo, filhote?
- Filho: Sim, sim. Parece-me fácil.

- Mãe: Então agora faz tu, filhinho! Mas não te esqueças que não podes mudar o sentido do movimento que estás a fazer, ok ? Caso contrário o bolo irá sair mal.


Até aqui, parece tudo normal, mas há um pormenor importante que as mães, inocentemente, sempre se esquecem de referir. É que temos de ficar ali 1 hora seguida naquilo. UMA HORA !

E ainda dizem que as mães são muito sinceras !
Se fossem assim tão amigas dos filhos, deveríam colocar a questão da maneira correcta. Deveríam perguntar algo, tipo:

- Mãe: Queres dar aqui uma ajuda à mãe, a bater as claras em castelo sem mudar o sentido do movimento, durante uma hora inteira ? Se fazes favor ?

Este é que sería o comportamento de uma Mãe com sentimentos!

É que no final, nós nem sequer comemos o bolo que ajudámos a fazer.

quarta-feira, novembro 24, 2004

Coincidências da vida real

Os agráfos acabam sempre na penúltima página que temos por agrafar.

Exemplo:

Agrafamos o quadriplicado da Factura.
Depois agrafamos o triplicado da Factura.
Depois agrafamos o duplicado da Factura.
E quando vamos para agrafar o original (e último exemplar), já não há agráfos.

E se repararem, acontece o mesmo com o papel higiénico.
O papel higiénico, acaba sempre quando sou eu que o vai utilizar.
É incrível. Será que só eu é que cágo lá em casa ?

sábado, novembro 20, 2004

Cabelos do peito

Cabelos do peito? Só tenho dois.
Mas atenção. São dois que valem mais que todos os do Toni Ramos.

Para já, os meus 2 cabelos do peito estão colocados numa posição estratégica. Estão mesmo, mesmo, ao pé do pescoço, impossível de serem tapados (a menos que eu aperte o último botão da camisa e use gravata).

Além disso, são dois cabelos do peito muito activos. É pá os gajos não param. Parece que estão sempre a querer saltar do colarinho cá p'ra fora, podem crêr. Aliás, quem olha p'ra mim, deve pensar que eu tenho cabelos por tudo quanto é peito, estilo alcatifa industrial ou tapete de arraiolos unicolor.

Nada disso. Dois cabelitos e mai' nada.

sexta-feira, novembro 19, 2004

Negócio de família

As agências funerárias são, na sua maioria, um negócio de família. Mesmo que isto não seja verdade, vamos pensar que sim. Caso contrário estamos mal.

Muito bem. Agora de estamos todos de acordo que o negócio das agências funerárias é um negócio familiar, reparem:

Quando morre o dono da agência funerária, o filho assume, automaticamente, os destinos da agência. Não importa que na empresa existam funcionários mais qualificados. Não !
É sempre o filho do dono que fica com o lugar. A agência até pode ter funcionários que conduzam muito bem a carrinha e, que vistam o morto com um sorriso nos lábios. Isso de pouco lhes vale. O lugar de chefia é para o filho e ponto final. Típico de um negócio familiar.

É uma carreira cheia de emoções e de ascensão meteórica. Morre o pai, o filho passa imediatamente a Director Geral da agência e, logo com uma encomenda !!
O seu pai.

Mas nem tudo são rosas no mundo das agências funerárias. Ele também há orquideas, tulipas e patas de cavalo.

Por exemplo, cá fora, quando alguém tem a infelicidade de perder um ente querido, tem sempre direito a uns dias sem trabalhar, por luto familiar. Ora isso não se aplica a um funcionário de uma agência funerária, pois não ? Claro que não. Se morre um familiar, há que trabalhar. Ainda por cima, por ser família, faz-se o jeito e não se cobra o serviço. É sempre a facilitar e depois quem se lixa é quem tem que aguentar com as despesas das flores e da escavadora.

É uma vida dura ! A começar pelo lidar com os próprios clientes. Às vezes tem que se aturar cada artista. É que os clientes da agência poderíam, ao menos, mostar-se mais colaborantes, mas não senhor. Um gajo quer vesti-los e eles nem se mexem. Sempre impávidos e serenos. Nem um sorriso, nada.

E o pior é que essa atitude seca, alastra-se aos restantes membros da família do falecido. Bolas, um gajo é que está ali a trabalhar e eles é que estão com ar chateado. Até parece que alguém lhes deve alguma coisa. É pá, se não estão contentes, mudem de emprego !


segunda-feira, novembro 15, 2004

O nosso PLANO

Aqui poderá ficar a saber algo mais sobre o nosso plano.
Perdão..., nosso PLANO. Assim é que está correcto !

Nome de Código: Minas por Explorar.

Autores: fatacuida e polingua.

Objectivo do PLANO:
Conquistar o Mundo no fim-de-semana (e não pode ser ao Domingo).

Detalhes do PLANO:
Trata-se de algo ultra-secreto. É mantido debaixo de um secretismo tal, que levou os seus dois génios criadores, a inventar uma linguagem única (e já mítica), que só os 2 entendem, que só os 2 podem entender, e que dá pelo nome de “fatalingua”. Além disso, os dois criadores do PLANO fizeram um pacto de que jamais revelariam, a quem quer que fosse, as regras da linguagem “fatalingua”, sob pena de terem de matar quem tiver acesso a essa informação.

Testemunhos e Opiniões de terceiros, sobre o PLANO:
- "Inevitável."
- "Criadores são de nível intelectual superior."
- “Para quando o "boom" da fatalingua ?”
- "A Humanidade ganharia se se revelasse o código fatacuida."

Exemplos de frases em “fatalingua”, já utilizadas neste blog:
- “pol ziv lin.“
- “fatalingua ziv bin stin fracul.“
- “fat ziv muvalefeti.”

P.S. O plano é tão fantástico que nem fizémos um plano b.
P'ra quê? Planos b, é para incompetentes.
Conquistaremos o mundo no fim-de-semana. Está no plano, logo é inevitável.