nasci em lisboa e fui criado no campo.
esta mistura por muitos considerada explosiva e por outros enfadonha, triste, desnecessária, parva, pateta, asquerosa, lamentável, incrivelmente estúpida, idiota, aborrecida, entediante, deu-me por um lado a destreza e desenvoltura de um gajo da cidade e por outro lado um outro lado, o lado romantico-rural, uma espécie de james bond mas em galochas e com uma enxada na mão.
então no outro dia, resolvi mostrar que sou romântico, sim porque eu sou um gajo romântico foda-s*!
mas como dizia levei uma rapariga para um sítio que conheço como a palma da minha mão, o local onde passei a minha infância, onde formei as bases do meu carácter e me tornei no Homem que hoje sou, enfim onde tudo poderia ser evitado e corrigido a tempo.
então foi assim, noite de lua cheia, 3 da manhã, sozinhos no meio do nada, só nós num carro, e a natureza na sua forma mais bela e primitiva,...a dada altura resolvo sair do carro, e saio mesmo (eu quando meto uma ideia na cabeça levo-a até ao fim) faço um olhar confiante, a felicidade zen no meu rosto, um sorriso, mãos nos bolsos, inspiro profundamente, tiro as mãos dos bolsos e quando me preparava para erguer os braços e dizer algo que definisse aquele momento de conquista, surgem do nada, 2 cães do tamanho do mundo ou pelo menos bué da grandes, tipo chiwawas encorpados e muito chateados, a ladrarem e a correrem na minha direcção, como se de uma vendetta se tratasse.
o que vale é que eu fui criado no campo, e situações como esta não me intimidam, calmamente e em aproximadamente 2, 3 milésimos de segundo (não posso precisar em concreto) entrei para dentro do carro, tranquei as portas e repeti na minha cabeça a frase "eu controlo o meu mundo, eu controlo o meu mundo" de seguida confortei a rapariga que estava comigo, disse-lhe "não tenhas medo, eu estou aqui, vai ficar tudo bem amor, só não saias lá para fora por amor de deus que aqueles quadrúpedes demoníacos querem-nos lixar, mas não vão conseguir, ouviram? vocês não vão conseguir!"
depois fui-me embora com a certeza de nunca mais querer voltar a não ser que num tanque de guerra para esfodaç** aqueles malditos chiwawas ou rottweilers ou lá o que era aquilo.
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