sexta-feira, junho 24, 2005
A escritura (parte II)
1) O Shôr Doutor que mandava naquilo tudo e que adiante se identifica por Estúpido.
2) O tipo que lia o texto da escritura e que é um sério candidato a efectuar relatos de futebol (adiante designado por Parvalhão).
3) A hipocondríaca e aspirante a solicitadora, que representava o banco (adiante identificada, amavelmente, por Cabra).
A acção desempenhada por cada um destes cromos durante a escritura, foi basicamente a seguinte:
- Estúpido: Esteve durante 45 minutos a queixar-se que estava atrasado, que não tinha tempo a perder e que também tinha direito a almoçar. E nós à espera!!!
O Estúpido exigia rigor, mas como era cego que nem um morcego, não conseguia sequer confirmar se os bilhetes de identidade estavam dentro da validade.
- Parvalhão: Leu o texto da escritura a uma velocidade tal que, mais um bocadinho, e a casa saía-nos de borla.
- Cabra: Para além de passar o tempo todo a resmungar, conseguiu em menos de 15 segundos dizer: “Tinha hoje uma consulta no otorrinolaringologista, que me custou tanto, tanto, mas tanto a conseguir..., e agora já não vou chegar lá a tempo. Tenho uma otite daquelas que dão nos ouvidos. Tenho uma angina de peito e também me doi os ouvidos. Já não vou à consulta. Fui assaltada no comboio de Sintra. Sou uma grande profissional, mas tenho esta dor nos ouvidos.”
Depois da escritura, todos nós fizemos a “Hola Mexicana” e aplaudimos de pé.
quarta-feira, junho 22, 2005
a escritura (parte I)
hoje foi o dia da escritura. para a escritura é fundamental ter cheques do banco onde se fez o empréstimo, levar bi e contribuinte. soube disso há cerca de um mês atrás. então anteontem liguei para a linha de apoio a pedir um livro de cheques. disseram que como era o primeiro livro de cheques tinha de ser no balção. então ontem fui a um balcão. disseram-me que jamais estaria pronto hoje. mas se fizesse o pedido, depois poderia levantá-los numa caixa automática. então hoje à 1 da manhã fui ao saldanha, ao marquês e à av. da igreja tentar levantar. não dava, o sistema estava a ser actualizado. fui-me deitar. e depois hoje foi assim:
06:00-acordo em pânico pois lembrei-me que ainda não tinha cheques
06:01-viro-me para o outro lado
06:40-levanto-me
07:15-av.igreja para levantar cheques, levantamento indisponível
07:16- masco uma pastinha de morango
07:17-faço um avião de papel
07:30-finalmente consigo levantar cheques no saldanha
10:00-chego ao notário
10:30-a mulher do registo diz"são dois fiadores"
10:31-contamos repetidamente e só conseguimos contar um fiador presente
10:32-voltamos a contar
10:40-existe um problema com os cheques
10:41-"mas que gaja boa aquela morena"
11:45-chega o segundo fiador
11:46-pinto as asas do avião
11:47-"é que é mesmo boa"
12:12-"fo**-** , só trouxe a cópia do cartão de contribuinte"
12:13-"como é que era aquele truque para o avião planar mais tempo?"
12:45-o notário pega no meu cartão contribuinte
12:46-"fo**-**, não sei rezar!"
12:46-"está na altura de fazer uma promessa estúpida"
12:47-"se ele aceitar aquilo a partir de hoje nunca mais deixo as coisas para a última e vou ser um gajo responsável!"
12:48-o notário aceita sem qualquer problema
12:48-"mas onde raio pus eu o avião?"
12:50-"eu tinha prometido qualquer coisa..."
12:51-"bem que se f***, amanhã penso nisso"
13:00-após muitas peripécias que contarei na segunda parte, finalmente a casa é minha
o são bernardo é um cão tão fixe
segunda-feira, junho 20, 2005
Ser alto
Hoje vim com a mulher à Maternidade Alfredo da Costa. Chegámos por volta das 9:00hrs da manhã. Ela entrou e eu fiquei cá fora à espera.
A sala de espera estava cheia e até tinha uma televisão colocada bem lá no alto duma daquelas máquinas de bebidas. Só foi pena a TV estar desligada, pois teria sido uma manhã bem passada a ver o programa "Bom dia Portugal" ou o "SIC 10 horas". São programas que eu gosto bastante. Principalmente daquela parte do ventríloquo. O gajo faz aquilo tão mal, que eu chego a ter dúvidas sobre qual deles é o boneco. Bom, eu presumo que o boneco seja aquele que estava sentado ao colo, mas com a quantidade de maricas que para aí anda...
Por volta das 4 da tarde, a responsável pelo balcão de atendimento ao público, resolveu, finalmente, acender a televisão da sala de espera. Foi o delírio. O pessoal da sala chegou mesmo a fazer a onda Mexicana, mas cedo se concluiu que a televisão estava sem som. A responsável do balcão bem tentou aumentar o som da TV com o comando à distância, mas as pilhas estavam demasiado fracas. Foi então que, do outro lado do balcão, resolveu pedir a ajuda dos presentes, da seguinte forma:
- "Algum dos senhores presentes é suficientemente alto para chegar à televisão e aumentar o volume manualmente?"
Pensei logo: "É esta a minha oportunidade de brilhar perante toda esta plateia repleta de gajas."
Por outro lado, lembrei-me dos meus tempos de adolescente em que tudo fiz para não ser um gajo alto. Para não crescer, bastava utilizar uma táctica infalível, receita da minha avó, que consistia em dormir com as meias calçadas. E resultou. Hoje, sou um adulto com menos de um metro e oitenta.
Enquanto eu perdi tempo a pensar nesses tempos passados, um dos tipos presentes na sala de espera, levantou-se, dirigiu-se à televisão e pressionou o botão do volume.
Para azar desse cavalheiro exibicionista, a televisão continuou sem som. O problema não era da falta de pilhas do comando, mas sim duma avaria séria na TV.
É bem feita. É para ver se esses gajos altos perdem a mania de pensar que são os maiores.
quinta-feira, junho 16, 2005
diplomacia Vs não deves estar a falar comigo, de certeza
nessa altura, iluminados por esta entidade superior e ainda um pouco desnorteados por ver um gajo a flutuar e com voz grave a falar connosco diríamos "não boi, não é isto que eu quero dizer, o que eu quero dizer é que esta vaca está a culpar-me por uma coisa que embora seja da minha responsabilidade, pura e simplesmente não me apetece fazer. não é porque esteja cansado, não é porque esteja desmotivado. simplesmente não me apetece trabalhar, ok?" é que toda esta sinceridade levaria certamente a que a outra pessoa também fosse sincera connosco e em vez de nos dizer" tás a ouvir o que te digo ou quê?" diria simplesmente, "por amor de deus tire essa arma da minha cara e não me volte a pontapear selvaticamente, por favor." e todas as discussões acabariam por se resolver sempre da melhor maneira.
quarta-feira, junho 08, 2005
comprei um cão no sábado
no entanto o destino (entidade superior que comanda tudo e todos antes, durante e depois e do qual somos todos reféns, e que tem mensageiros que atiram búzios ao ar e interpretam como eles caem no chão) é gajo tramado!
após comprar o cão, senti várias coisas, primeiro felicidade por ter mais um amigo, depois senti-me um pouco triste por ter comprado esse mesmo amigo quando sei que a amizade é uma coisa que não deveria ter preço. depois ainda senti uma sensação estranha algures entre o nojo de "o que c****** tá este gajo a fazer???" e o sonho ressabiado de "se fosse uma gaja..." quando o raio do cão se agarrou à minha perna.
no caminho para casa, pensei se de facto teria agido bem ao comprar "o meu melhor amigo". decidi que não, e fui até santarém onde libertei o cão num baldio numa das terriolas mais curiosas do ribatejo, sardoeira-a-nova. ao libertar o bicho disse-lhe que " se for o nosso destino ficarmos juntos então tu encontrarás o caminho até minha casa" e afastei-me assim que consegui que o animal deslargasse a minha perna que com tanto carinho "amava".
prego a fundo e lá vim eu. hoje não tenho cão mas também ninguém gosta de ter amigos à custa do dinheiro.
sexta-feira, junho 03, 2005
tudo ao contrário
um dom que aliás mesmo após uma carroça de vodka, não está entre os 25,26 dons que qualquer gajo então julga ter. é que comunicar é a coisa mais difícil do mundo, e o que mais complica a comunicação são as palavras. tenho a certeza certezinha que quando deus fez o mundo, e isto ninguém me tira da ideia, fez as coisas assim:
"bom, os animais selvagens não vão conseguir falar e tal, vão estar limitados a emitir grunhidos e sons parvos, se quiserem limpar o rabinho depois de obrar, terão de o fazer nas ervas enquanto que o bicho Hóme, bom o Hóme vai poder falar, cantar, escrever, com muitas palavras, vai ter muitas linguas, o Benfica e a àguia Vitória mas ...não irá conseguir comunicar."
e esta é que é a verdade.
e os exemplos que nós temos na natureza são mais que muitos.
senão vejam: um macaco tem piolhos, simplesmente comunica à macaca "ó xô dona macaca, chegue lá aqui e cate-me fachavor", um leão quer uma leoa, chega-se à frente e anda cá que és minha, um cágado sente-se um pouco deprimido porque tem a pele toda estragada, rogosa e verde e ainda por cima nem sequer é uma mísera tartaruga. que faz ele? recolhe a sua casa e ninguém o chateia.
agora se um gajo tem piolhos e quer ser catado então não há gaja que se aproxime, se um gajo quer uma gaja tem de ir com jeitinho e ainda por cima tem de lidar com a porcaria dos egos, aniversários, peso, roupa nova e corte de cabelo, e se um gajo está deprimido por problemas de pele que é rogosa,verde e está toda estragada e tem como maior sonho ser uma tartaruga, então o melhor é ir para o c******, porque f***-**, esse é sem dúvida o desejo mais idiota que alguém pode ter, ser uma tartaruga .
por isso o melhor é comprar uma rocha e ir viver para debaixo dela.
quinta-feira, junho 02, 2005
Futebolista degolado
O indivíduo em questão, apresentava um corte em volta de todo o seu pescoço, subindo depois pela nuca até ao cimo da sua cabeça e terminando com um desenho perfeito do simbolo do clube de futebol que representava. Na boca tinha um papel com as seguintes palavras escritas:
- "Não se falham penaltis no último minuto do jogo decisivo que pode ditar a descida de divisão da própria equipa."
Para além de mal escrito, sabe-se que o papel não foi da autoria da vitima, pois ela era maneta da mão direita e, no lado esquerdo, tinha apenas um coto, desde nascença.
A Polícia Judiciária, que investiga o caso, já afirmou:
- Há grandes probabilidades de se tratar de um homicídio.